Preparação para o vestibular não combina com internet, muito menos com redes sociais. Certo? Pois alguns estudantes discordam e conseguiram encontrar justamente em páginas do Facebook e em sites voltados para vestibulandos o incentivo de que precisavam para seguir na luta por uma vaga na universidade.
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Dúvidas coletivas
Eles se encontram todos os dias na escola, mas nem mesmo quando não estão mais juntos estes estudantes param de conversar sobre questões, conteúdo de prova e vestibular. Em janeiro, 21 alunos de uma turma de 3º ano do colégio Energia, em Florianópolis, criaram um grupo no Facebook que serve como canal para se ajudarem ao longo deste ano decisivo.
Se alguém está estudando em casa e surge uma dúvida, basta perguntar, na página do grupo, e um colega se dispõe a ajudar. É comum a resposta vir em poucos minutos, e até mesmo acompanhada de ilustração: uma foto, tirada de celular, de uma página de caderno com a resolução do problema.
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Para os estudantes, uma das maiores vantagens do grupo é que a intimidade entre os colegas permite que eles tirem qualquer dúvida, por mais “idiota” que possa parecer. Os estudantes trocam ainda informações sobre datas de provas e tudo o que tiver relação com vestibulares de Santa Catarina e com o Enem.
Alguns admitem que pode ser difícil não se distrair com outras publicações que aparecem na timeline do Facebook.
-Eu geralmente deixo o recurso de bate-papo desligado, para evitar as conversas que não estejam relacionadas com os estudos – conta Lilian de Lopes Lima, 16 anos, que, além de sempre dar uma olhadinha no que os colegas estão estudando, usa bastante a internet para buscar vídeos e materiais que complementem as aulas tradicionais.
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É preciso ter atenção à credibilidade dos sites
A psicóloga e orientadora profissional Fernanda Balem Tagliari enxerga a utilização da internet e de redes sociais pelos estudantes como um recurso válido e positivo.
– Se o aluno é curioso, a internet é uma ótima ferramenta para agregar conteúdo. Os vídeos, por exemplo, ajudam a ativar a memória visual – opina a psicóloga.
A profissional só alerta os estudantes para que, ao estudarem a partir de sites e com base em vídeos, certifiquem-se de que o conteúdo é confiável e de qualidade. No caso das redes sociais, Fernanda acredita que, desde que utilizadas de maneira controlada, são uma parte importante da vida social dos estudantes, que não pode ser eliminada nem mesmo em ano de estudo para o vestibular.
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No caso de estudantes que vêm de outros estados, serve para manter o contato com os amigos. Para quem quer prestar vestibular em outras regiões do país, aproveitar o encurtamento das distâncias que a tecnologia oferece pode servir para entrar em contato com estudantes que conhecem melhor as provas de outras universidades.
Se o adolescente estiver com dificuldade em limitar o acesso, uma alternativa é reservar um horário do dia para checar mensagens e conversar um pouco com os amigos. Deixar o celular sempre ligado e com o dispositivo que alerta para notificações ativado não é uma boa ideia. Para ajudar nesse controle, vale pedir a ajuda dos pais e lembrar de avisar aos amigos da decisão de diminuir as visitas às redes sociais.
Para Vanessa Dias, o mundo inteiro se tornou uma sala de aula
Foto: Júlio cavalheiro
Dá pra passar estudando sozinha
Caloura de Medicina na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Vanessa Dias, 29 anos, não apenas se apoiou na internet enquanto estudava para o vestibular. Como não tinha condições de arcar com a mensalidade de um cursinho, nem muito tempo para frequentar aulas – já que trabalhava e cuidava da filha que hoje tem três anos – ela optou por estudar em casa, e a internet acabou se tornando aliada número 1 da estudante.
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Há quatro anos tentando uma vaga, apenas nos últimos dois ela conseguiu realmente se firmar nos estudos, justamente por causa da descoberta de sites e vídeo-aulas na internet. Vanessa elegeu seus sites preferidos para cada disciplina e identificou os professores cujos métodos a atraiam mais em vídeos postados no canal YouTube, além de sempre buscar provas de anos anteriores nos sites das próprias universidades.
– A maior vantagem de estudar sozinha e usando a internet é poder fazer seus próprios horários e focar nos seus pontos fracos, sem precisar assistir a aulas de conteúdos que você já domina. As vídeo-aulas têm, sobre os livros, a vantagem de trazer a resolução completa das questões, e não somente as respostas – conta a estudante.
Por outro lado, Vanessa aponta que é preciso ter muita disciplina para focar nos estudos quando não se tem outra pessoa, seja professor ou mesmo um colega, cobrando resultados, e considerando que a internet oferece tantas distrações.
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Quando sentia falta de alguém para trocar ideias, tirar dúvidas ou mesmo se apoiar na hora do desespero, ela recorria ao grupo “Vestibulandos de Medicina” no Facebook. Ali, estudantes do Brasil inteiro compartilham experiências, dicas de estudo, sites e datas de inscrições em vestibulares pelo país. Para o vestibulando internauta, o mundo inteiro é uma sala de aula.
Dicas da universitária
– Estudar na internet pode levar a muitas distrações. Se coloque limites, como checar e-mails e sites não-relacionados aos estudos apenas depois de terminar o conteúdo planejado para o dia.
– Identifique os sites e professores com metodologias que mais lhe agradem e combinem com seu método de estudos.
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– Procure grupos de vestibulandos em redes sociais e troque ideias com os colegas virtuais.
– Português e Redação é difícil encontrar sites bons. No caso de redação, em que é preciso ter um retorno, estudar pela internet é complicado. Vanessa optou por aulas particulares das duas disciplinas.
