(Foto: Arte / NSC Total)

Os dispositivos vestíveis vêm conectando cada vez mais os diversos atores que formam o triângulo da saúde: paciente, médico e empresas healthcare (hospitais, clínicas, laboratórios, empresas de equipamentos médicos e de medicamentos, planos de saúde e medicina preventiva). A chamada Internet das Coisas (IoT) é formada por componentes conectados à internet, que interligados formam um ecossistema. Por meio dessas soluções é possível monitorar e gerar dados sobre o estado dos pacientes, seja no hospital, no consultório ou em casa, permitindo a tomada de decisões do médico assistente, na forma de tratar problemas de saúde, crônicos ou não.

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Richard Cooper, chefe da Digital na AXA PPP Healthcare, é categórico em destacar os benefícios da IoT nos cuidados médico-hospitalares.

"Alguns dos dispositivos desenvolvidos impedem que as pessoas fiquem amarradas à sua casa e evitam que estejam regularmente no hospital. Eles estão resolvendo o que, em alguns casos, são problemas bastante simples, e dando às pessoas, de volta, a qualidade de vida. Assim, a tecnologia torna sua interação com o médico muito mais poderosa e útil, além de lhe dar mais controle."

Vários exemplos de IoT já estão ao nosso alcance. Talvez o mais conhecido seja o Monitor Contínuo de Glicose (CGM), que é um dispositivo que ajuda os diabéticos a controlar continuamente seus níveis de glicose no sangue, fazendo leituras em intervalos regulares. O primeiro sistema CGM foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, em 1999 e, nos últimos anos, várias outros modelos chegaram ao mercado. Hoje, CGMs inteligentes, como o Eversense e o Freestyle Libre, enviam dados para um aplicativo no iPhone, Android ou Apple Watch. O aplicativo FreeStyle LibreLink também permite o monitoramento remoto por cuidadores, como os pais de crianças diabéticas ou parentes de pacientes idosos.

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Certamente muitas outras soluções já usuais podem ser citadas, mas talvez seja mais interessante citar também um dispositivo que está em estudo avançado e deve trazer resultados num futuro próximo, com ampla capacidade de salvar vidas.

Entre eles está o ITBra, equipamento desenvolvido pela Cyrcadia Health que consiste em um top vestível com microssensores que identificam mínimas variações de temperatura na região dos seios e ajudam na detecção do câncer nos estágios iniciais, indo muito além da capacidade da mamografia tradicional. Ao transmitir as informações para o smartphone da usuária ou para o médico, os dispositivos ajudam os profissionais da saúde a identificar padrões que possam representar um perigo para a saúde da mulher.

A Cyrcadia está testando a solução na Ásia, onde questões culturais impedem uma conscientização mais ampla e tornam o câncer de mama ainda mais letal. A expectativa é que, em breve, a empresa leve seu produto para outros países.   

As possibilidades se multiplicam e fazem da medicina um verdadeiro instrumento para a conquista da qualidade de vida que todo o ser humano deseja e merece.

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*Ademar Paes Junior é médico radiologista e presidente da ACM