Reeleito para um novo mandato de dois anos, na segunda-feira, o presidente da Chapecoense, Plínio David de Nes Filho, passou a terça-feira dando entrevistas nos meios de comunicação. Ele confirmou a continuidade do técnico Claudinei Oliveira, reconheceu que o goleiro Jandrei tem propostas do exterior e disse que a eleição no período de contratações é inoportuna, sugerindo mudança de data.

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Destacou que o futebol será cuidado pelo vice Cleimar Spessato, com apoio do presidente da honra, Ivan Tozzo. Como diretor de futebol, disse que o atual ocupante do cargo, André Figueiredo, é um dos quatro nomes cotados. Após entrevista na NSC TV, o presidente concedeu entrevista ao Diário Catarinense, onde falou da intenção de comprar o atual Centro de Treinamento ou buscar uma nova área, além de planos para internacionalizar a marca da Chapecoense.

Claudinei Oliveira fica?

É o nosso treinador. Ontem (segunda-feira) à noite conversei com ele e vamos mantê-lo, junto com a comissão técnica.

A que atribui a vitória nas eleições? A permanência na Série A foi decisiva?

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Evidentemente que o futebol é o carro chefe do clube. Mas, se o resultado não fosse positivo, poderia também ter vencido, talvez por uma diferença menor. A permanência foi um fator muito bom, benéfica pela continuidade do trabalho da diretoria, pela relação com os clubes e pela experiência.

Antes da eleição, o senhor que queria fazer uma parceria com um time da Europa. Como será isso?

Em todo ano, 10 ou 12 meninos da base estouram a idade e são emprestados a clubes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Estamos buscando um clube da segunda divisão da Europa que possa receber três, quatro, cinco jogadores. Também vamos buscar parceria com um clube da segunda divisão do Campeonato Paulista para que eles possam ir adquirindo experiência e tenham uma boa visibilidade.

Quais as metas nos campeonatos de 2019?

Teremos o Catarinense, Copa do Brasil, Brasileiro e possivelmente a Sul-Americana. Devemos focar muito no Campeonato Brasileiro, pelo qual chegamos ao 10º lugar no ranking da CBF. Não sei se outro clube catarinense conseguiu isso. Vamos buscar ir bem na Copa do Brasil e, no Catarinense, claro que vamos disputar com o objetivo de sermos campeões, mas também vamos testar nossa base em alguns jogos para que possamos fazer uma boa pré-temporada, o que faltou neste ano.

Quanto do atual plantel vai ficar? Vão tentar renovar com jogadores como Leandro Pereira e Canteros?

Deve ficar cerca de 50%. Devemos trabalhar com 23 atletas profissionais, mais cinco da base. Dois nomes ficarão para contratação posterior. Vamos tentar renovar com o Leandro, Canteros e outros.

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Fabrício Bruno e Jandrei ficam?

O Fabrício Bruno gostaria de continuar, mas dependemos do Cruzeiro. O Jandrei teve uma proposta do futebol italiano no meio do ano e fizemos um esforço para que ele permanecesse, pois entendemos que ele era uma das peças necessárias para os nossos objetivos. Ele foi solidário conosco e ficou por valores menores do que iria receber. Agora, a gente não pode deixar de reconhecer seu valor e apoiá-lo.

A folha fechou próximo de R$ 4 milhões por mês. Vocês pretendem reduzir ou buscar jogadores de qualidade diferenciada, aumentando o teto salarial?

Vamos tentar qualificar. Pode ser que tenhamos que elevar o teto de alguns jogadores que ganham entre R$ 50 mil e R$ 60 mil, que são titulares. Mas não vamos investir em jogadores que tenham altos salários, mas sim naqueles que nos dão maior ganho no conjunto.

Como pretende lidar com a oposição que surgiu neste ano?

Vamos continuar fazendo nosso trabalho, com os pés no chão. Eu não entendo o que eles entendem por transparência. Todos os atos nossos são transparentes e legais. Mas, às vezes, existe um detalhamento que é confidencial. Como eu vou revelar o salário de um jogador que tem contrato de confidencialidade? Não posso, mas está lá registrado no clube, de uma forma legal. Vejo uma infantilidade de certas pessoas que fazem isso só para tumultuar. Falaram que tinha uma pessoa que recebia R$ 40 mil e ela recebia R$ 28 mil, e ainda colocava mais um funcionário por sua conta que custa R$ 7 mil. Falaram em nepotismo (um dos filhos de Plínio tem uma empresa de comunicação e é diretor de marketing do clube), mas contratar uma agência custaria R$ 1,6 milhão por ano, e nós gastamos R$ 210 mil, R$ 215 mil.

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Tem 54 ações tramitando contra o clube relativas ao acidente aéreo. A meta é buscar acordos?

Vamos continuar nossa relação de diálogo com as famílias e nossa intenção será sempre o acordo, de forma que possa atender de uma forma equilibrada as necessidades das famílias e não vamos deixar de dar o justo nas questões trabalhistas. Na questão cível, estamos trabalhando todos juntos, com associações das famílias, advogados e clube para que tenhamos sucesso nas ações.

Qual a projeção da receita para o ano que vem, haverá novos patrocinadores?

Ainda não temos a projeção, mas acredito que haverá crescimento (a atual era de R$ 80 milhões). Pretendemos manter o nosso patrocínio Master com a Aurora, a Havan, o Sicoob e a Umbro como fornecedora do material esportivo. Estamos em conversas para agregar mais uma grande marca.

O clube pretende assumir a Arena Condá ou manter a parceira com a prefeitura?

Vamos manter a parceria. Nós não somos proprietários, mas fizemos vários investimentos de melhorias na Arena. Está previsto um investimento de R$ 15 milhões da Prefeitura, com recurso do Ministério dos Esportes, entre eles a melhoria da iluminação, que vai passar de cerca de 200 lúmens para 1,5 mil lúmens. A Chapecoense também vai investir em melhorias nas cabines de imprensa na ala oeste.

Além da parceria na base, qual outro projeto para internacionalização do clube? Seria com amistosos?

Com amistosos e também jogos. Pretendemos criar uma equipe de Amigos da Chape que poderia fazer amistoso com as lendas do Manchester City, por exemplo. Poderíamos ter o Aldair, o Zico, o Ronaldinho Gaúcho, o Maringá, o Índio, Paulo Rink e Sérgio Santos. Acreditamos que isso pode ser feito ainda em 2019.

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O que o senhor projeto para o clube nos próximos dois anos?

Projeto o crescimento de toda a Chapecoense, com clube e no futebol. Para isso, precisamos de um Centro de Treinamento moderno, com parte médica, fisiológica, auditório para a imprensa, hotel para a base e concentração do time profissional. Isso tudo num prazo que possamos cumprir. Acredito que no próximo ano possamos dar um “start” nisso, definindo se nós ficamos onde estamos (o atual CT está em comodato) ou buscamos outra área e começamos a fazer os campos de futebol.