Equipes da Vigilância Sanitária e da Polícia Federal (PF) interditaram uma empresa clandestina de produtos de limpeza em Palhoça, na Grande Florianópolis, na manhã desta quinta-feira.

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Foram apreendidas três toneladas em alvejantes, detergentes e desinfetantes que estavam acondicionados em garrafas PET, de refrigerante. A fábrica Incodal, que havia já havia sido interditada outras duas vezes, funcionava no bairro Barra do Aririú.

O proprietário, Agostinho Raupp Valim, de 52 anos, e a esposa dele, que também se identificou como dona do negócio, foram detidos e encaminhados para a delegacia da PF, na Capital.

Segundo Almir José Ferreira, gerente de Produtos e Serviços em Saúde da Vigilância Sanitária, o local era utilizado para a produção irregular havia pelo menos três anos.

Quando da visita de agentes sanitários no ano passado, o proprietário teria resistido a tomar as medidas necessárias para adequar sua produção à legislação. Valim teria ameaçado os técnicos, o que foi registrado em Boletim de Ocorrência. Até hoje, a empresa não possui alvará de funcionamento e sanitário.

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– A fábrica é totalmente clandestina, toda a parte de produção, distribuição e comércio é irregular. Principalmente o acondicionamento, em embalagens PET de dois litros, de refrigerantes e o uso de aromas semelhantes ao de bebidas – ressaltou Ferreira.

Segundo ele, são freqüentes os casos de intoxicação por inalação, contato ou ingestão de produtos provenientes de empresas clandestinas nos municípios da Grande Florianópolis.

– O consumidor compra um produto com qualidade duvidosa e não tem nenhuma comprovação técnica de sua eficiência. Além dos riscos para a saúde pública, existe a ameaça para o meio ambiente – relembra.

Técnicos encontram dificuldades para comprovar a origem da matéria-prima utilizada para a produção dos produtos, que não têm identificação.

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O material apreendido permanecerá no local, sob responsabilidade do proprietário, até que seja localizada uma empresa especializada no tratamento de resíduos químicos para dar o descarte final adequado.

De acordo com Adilson Bezerra, chefe de Inteligência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem denúncias da atividade de outras empresas clandestinas de materiais de limpeza na região. Ele ressalta que o crime é considerado hediondo, com pena de 10 a 15 anos de prisão.

No final da manhã, uma equipe da Polícia Militar Ambiental iniciou uma vistoria na área ocupada pela fábrica para averiguar possíveis irregularidades. Há indícios de que o proprietário estaria aterrando a área, num manguezal nos fundos da empresa.