Santa Catarina liberou no dia 23 de julho a intercambialidade entre vacinas, o que acontece quando a pessoa recebe a primeira dose de um laboratório e a segunda de outro. A medida se aplica, por enquanto, em gestantes e puérperas que receberam a primeira dose de AstraZeneca e podem receber a segunda com Pfizer ou Coronavac. Isso não acontece para outros grupos.
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O intercâmbio foi liberado para completar a vacinação de gestantes e puérperas que receberam a vacina da AstraZeneca antes da suspensão feita pelo Ministério da Saúde, após o imunizante apresentar reações adversas para esse grupo.
O uso de uma segunda dose de outro laboratório apresenta a mesma eficácia do que a imunização completa de AstraZeneca, de acordo com estudos. Ainda não foram concluídas pesquisas sobre a Coronavac, porém, segundo o virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Flávio da Fonseca, a dose dois da Pfizer responde de forma positiva para que gestantes e puérperas completem a imunização.
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– A resposta do nosso sistema imunológico contra as duas vacinas – AstraZeneca e Pfizer – é a mesma ou então, muito parecida. Já a Coronavac não. O antígeno que nosso sistema imunológico vai gerar como resposta será diferente neste caso – explica.
– Mesmo que a estrutura das vacinas seja diferente, a resposta do sistema imunológico será parecida, então, é possível fazer essa troca – finaliza o virologista.
A Coronavac, segundo o imunologista André Báfica, é produzida com o vírus inativado, forma mais antiga de produção de vacinas virais. Já a AstraZeneca é produzida com um vetor viral vivo, chamado de adenovírus, que apesar de vivo é inofensivo e não tem o poder de se replicar. A Pfizer, por sua vez, utiliza parte do genoma do vírus em forma de uma molécula de RNA mensageiro.
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A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina orienta que grávidas e puérperas que tomaram a primeira dose de AstraZeneca procurem terminar a imunização com Pfizer ou Coronavac. Porém, especialistas afirmam que ainda não há estudos sobre a eficácia do intercâmbio entre AstraZeneca e Coronavac.
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A estratégia ainda assim é válida, segundo o virologita da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Daniel Mansur. Segundo o especialista, pensando na imunização rápida da população, não tem porque não liberar a intercambialidade.
– Em teoria não tem por que não funcionar, as chances da Coronavac são as mesmas da Pfizer – diz.
A proteção que o intercâmbio de doses proporciona para esse grupo é maior do que se elas não completarem o esquema, segundo divulgou a Dive em nota. As pessoas do grupo que ainda não tomaram a primeira dose estão sendo orientadas a procurar por vacinas que não precisem deste intercâmbio.
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O virologista da UFMG, Flávio da Fonseca, diz que a troca entre Pfizer e AstraZeneca é possível também em outros grupos, porém, isso ainda não foi liberado pelo Ministério da Saúde.
A equipe de reportagem entrou em contato com o Ministério Saúde para saber sobre a orientação da pasta em utilizar a vacina Coronavac como segunda dose de AstraZeneca para grávidas e gestantes. Até o momento, não houve respostas.
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