O Diário Catarinense adianta o editorial que publicará na edição impressa para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. As participações serão selecionadas para publicação no jornal impresso. Ao deixar comentário, informe nome e cidade.
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UM DESAFIO DO TAMANHO DO BRASIL: CRESCER SEM EXCLUIR
O vencedor da eleição presidencial deste domingo tem uma missão inadiável: promover ajustes econômicos que permitam ao país retomar o caminho do crescimento para evitar um mergulho ainda mais profundo na recessão iminente. E terá que combater o mal da estagnação sem impor retrocesso social, para que as conquistas obtidas desde que a inflação foi controlada não se percam com o tratamento.
Com continuidade ou alternância, a correção de rumo é inadiável, pois o atual governo já esgotou vários recursos para enfrentar a crise. A própria presidente Dilma Rousseff admite a necessidade de uma nova política econômica, tanto que antecipou o anúncio de substituição do ministro da Fazenda. Apesar dos temores do mercado, manifestados a cada nova pesquisa eleitoral, é praticamente certo que as mudanças virão. Também é inevitável que o próximo governo, seja o da continuidade ou o da alternância, confirme expectativas inequívocas da população, tanto em relação ao combate à corrupção quanto na melhora da qualidade dos serviços públicos e na manutenção dos programas sociais e do pleno emprego.
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Não há solução mágica, mas as dificuldades podem ser vencidas com trabalho, seriedade e transparência. O país está diante daquilo que o ex-ministro Delfim Netto chama de “desagradável verdade” – a conclusão de que primeiro é preciso produzir a riqueza para depois distribuí-la.
E, para que o Brasil volte a produzir nos patamares necessários, o governante eleito certamente terá que aplicar remédios amargos, que até podem causar desgaste político. Mas é justamente um presidente recém eleito o que tem mais legitimidade para tomar tais medidas.
Também consideramos urgente e inadiável o desaparelhamento político das empresas estatais, o combate implacável à corrupção, investimentos consistentes em infraestrutura, enfrentamento das reformas inconclusas e foco prioritário no setor produtivo.
Sem essa troca de marcha na política econômica, dificilmente o país superará a estagnação. Pelas recentes manifestações dos dois candidatos, ambos estão conscientes disso. Espera-se, portanto, que o vencedor encare a desagradável verdade apontada pelo ex-ministro e trabalhe com firmeza e sensatez pela recuperação da economia e do país.
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