O Diário Catarinense adianta o editorial que publicará no próximo domingo para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. Participações enviadas até as 19h de sexta-feira serão selecionados para publicação na edição impressa. Ao deixar comentário, informe nome e cidade.
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JUSTO OU INJUSTO?
Nos dois lados há gente com posições extremadas, desde aqueles que gostariam de ver simples suspeitos condenados à morte até aqueles que colocam seus correligionários e amigos acima do bem e do mal. Temos posições claras sobre essa polêmica. Em primeiro lugar, é impositivo que se descarte o extremismo de ambos os lados. Justiçamento não é Justiça e as penas aplicadas aos condenados no país têm que seguir estritamente o que prevê a legislação. Mas em hipótese alguma alguém pode ficar acima da lei, independentemente de seu histórico de vida ou de sua proximidade com o poder.
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Considerando-se essas premissas, o julgamento dos mensaleiros foi justo, democrático, transparente e atendeu às expectativas da nação. As instituições cumpriram suas atribuições, os réus tiveram amplo direito de defesa e o país pôde acompanhar cada passo do processo, assim como agora acompanha a execução das sentenças. É absolutamente compreensível que os condenados recebam a solidariedade de familiares, amigos e simpatizantes, como também é aceitável que essas pessoas continuem acreditando na inocência de seus parentes e correligionários. Mas daí a levantar suspeitas de ilegalidade e de arbítrio por parte do Judiciário, como fez o diretório nacional do PT em recente nota oficial, vai uma distância quilométrica.
Não se vislumbra no julgamento e na prisão dos condenados qualquer ameaça ao Estado democrático de direito, como sugere o manifesto partidário. Que julgamento de exceção seria este, se foi feito por magistrados independentes (a maioria indicada por presidentes do próprio partido), com ampla divulgação da imprensa e sob o olhar atento de todo o país? Os petistas inconformados fariam melhor se substituíssem esse maniqueísmo anacrônico por posições mais pragmáticas.
O que cabe, agora, é exigir que a Corte Suprema aprecie com a mesma atenção e o mesmo rigor outros casos de corrupção política pendentes, entre os quais o episódio de Minas Gerais que ficou conhecido como mensalão tucano. Aos brasileiros, interessa acima de tudo que seus representantes nos governos e na administração pública em geral sejam honestos e comprometidos com o bem público, independentemente da coloração partidária que escolheram para o exercício da política.