O Diário Catarinense adianta o editorial que publicará na edição impressa para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. As participações serão selecionadas para publicação no jornal impresso. Ao deixar comentário, informe nome e cidade.
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DEPOIS DA COPA
Apesar da torcida contrária, que pelo menos há um ano promove protestos por todo o país, #TemCopa – e não poderia ser diferente. O que resta agora para quem, de forma legítima, se opõe ou apoia o evento é zelar e agir pelo cumprimento de alguns compromissos assumidos em função do Mundial e que interessam como legado para melhorar o cotidiano dos brasileiros. Levantamento realizado pelo jornal Folha de S. Paulo mostra que 53% de 167 compromissos relacionados ao certame foram concluídos. Depois da Copa, ou desde já, caberá aos cidadãos se empenhar para que o restante, sempre que estiverem envolvidas obras essenciais, como as de mobilidade social, seja concluído de fato.
Um aspecto positivo é que essa missão vem sendo reforçada por iniciativas de organizações da sociedade civil interessadas em facilitar o trabalho de acompanhamento e fiscalização, prevendo inclusive o uso de novas tecnologias. O levantamento divulgado agora revela que das obras previstas, num investimento total de R$ 25,8 bilhões, 88 delas foram concluídas a tempo, 45 ficaram incompletas, 23 serão inauguradas depois do apito final da decisão e 11 teriam sido abandonadas. A partir de agora, o que interessa de fato é examinar por que nem tudo ocorreu como o planejado e definir quais ações a sociedade brasileira espera ver concluídas.
Entre outros méritos, o Mundial de 2014 permitiu que o setor público pusesse à prova a sua capacidade de planejar e executar obras de padrão internacional para os cidadãos brasileiros. As alegações para os projetos que atrasaram incluem desde demora nos repasses e revisão de planos até algumas crônicas chagas sociais, como excesso de burocracia e as habituais irregularidades em licitações, que levam muitas ações a serem retomadas desde o início.
O Mundial fez com que o país se olhasse no espelho sem qualquer retoque, confrontando-se com a sua real capacidade de pensar grande, baseado em padrões internacionais. Essa é uma oportunidade de aperfeiçoar o que pode fazer bem e de corrigir falhas que não pode ser desperdiçada. Independentemente de sua visão pessoal sobre a Copa, os brasileiros precisam se manter vigilantes em relação ao poder público, cobrando uma definição de cronograma para obras ainda inconclusas.
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