O Diário Catarinense adianta o editorial que publicará na edição impressa para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. Serão selecionadas para publicação no jornal impresso participações enviadas até as 19h de sexta-feira. Ao deixar comentário, informe nome e cidade.
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GUINADA NAS ESTRADAS
Resultado de uma enquete disponibilizada pelo site do Detran de Santa Catarina sinaliza para a percepção generalizada de que a mudança de comportamento dos motoristas deve ser prioridade na batalha contra o morticínio nas estradas do país. Ao responderem à pergunta “Você acha que a imprudência é a maior causa dos acidentes de trânsito no Brasil”, 97% responderam que sim, o que reforça a importância não só de manutenção, mas de intensificação das campanhas de conscientização direcionadas aos condutores.
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O foco deve ser a prevenção, o que tende a diminuir consideravelmente as estatísticas fatais, que embutem irreparáveis danos pessoais e ainda prejuízos econômicos gigantescos. Em meio a mais um feriadão da Páscoa e que registra movimento intenso nas rodovias estaduais e federais do Estado – e novamente com acidentes fatais -, é essencial uma reflexão madura sobre os caminhos que podem nos levar à tão esperada paz nas estradas.
É inegável que Lei Seca – com as suas punições penais e as pesadas multas previstas – vem produzindo efeitos positivos no modus operandi de quem dirige. Mas o ideal é que a sociedade não dê uma guinada nos hábitos só em virtude de uma coerção imposta pelo Estado, mas sim pela consciência coletiva que preze, acima de tudo, pela valorização da vida. É utópico, afinal, esperar que o indivíduo adote uma postura responsável nas vias públicas, que respeite os demais cidadãos, independentemente do arcabouço legal vigente?
Portanto, ações educacionais são mais do que oportunas. Iniciativas que reforcem a nefasta combinação entre direção e bebidas alcoólicas, que alertem sobre o uso do celular, que lembrem para os perigos do sono ao volante etc.
A educação pela mídia é um complemento valioso para o esforço do poder público no sentido de atenuar a tragédia nas nossas rodovias, que tem como causa prioritária, inquestionavelmente, o mau comportamento dos condutores. Claro que as demais diretrizes do conhecido tripé da segurança (educação, engenharia e esforço legal) também precisam ser exercitadas, atualizadas e qualificadas permanentemente. Estradas em boas condições, bem sinalizadas e com divisores físicos que impeçam as colisões frontais certamente salvam vidas. Legislação adequada, Justiça ágil e fiscalização policial eficiente também são extremamente relevantes.
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Mas, reforçando, a educação rigorosa e a conscientização é que são determinantes para a construção de uma cultura de respeito e reciprocidade. Com o aumento geométrico da frota de veículos no país, a conduta dos motoristas passou a ser decisiva na solução de conflitos e na própria fluidez do tráfego. Porém, o comportamento do condutor pode ser a linha que separa a vida da morte. Dirigir com cuidado e segurança é um dever individual e coletivo.