O Diário Catarinense adianta o editorial que publicará na edição impressa para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. Serão selecionadas para publicação no jornal impresso participações enviadas até as 19h de sexta-feira. Ao deixar comentário, informe nome e cidade.
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REAÇÃO À VIOLÊNCIA
Basta uma breve leitura no noticiário da semana para se concluir que estamos sendo exterminados por homicidas, ladrões e drogados. Isso no Brasil inteiro. A segurança pública, em nosso país, é uma falácia. A banalização da vida já entrou para o cotidiano dos brasileiros.
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Diante do quadro estarrecedor da criminalidade no país, determinados governantes e militantes dos partidos que ocupam o poder costumam dizer que a mídia hiperdimensiona a violência e invariavelmente defende a repressão como único remédio. Nenhuma das duas acusações se sustenta.
A primeira é facilmente desmascarada pelas pessoas que se cercam de grades, que pagam segurança privada para suas residências e suas empresas, que se sentem ameaçadas quando saem às ruas e que não dormem enquanto seus filhos não retornam do trabalho e dos compromissos sociais. A segunda é uma desculpa esfarrapada para a inoperância do Estado na prestação desse serviço essencial que é a segurança dos cidadãos.
Ninguém desconhece a existência de questões sociais históricas entre as causas da violência no Brasil. Até por isso, torna-se mais desconcertante o aumento da criminalidade, especialmente de homicídios, num momento em que o país registra ascensão social de parcela expressiva de sua população e índices de pleno emprego.
É tal a indignação dos brasileiros com a insegurança, potencializada pela inoperância policial e pela impunidade, que já começam a se registrar casos de justiçamento. Na semana que terminou, uma das imagens mas difundidas do país no Exterior foi a do adolescente acorrentado a um poste no Rio de Janeiro, depois de ser acusado de roubo e espancado por uma milícia de justiceiros – uma barbárie inadmissível.
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Antes que tais descalabros se generalizem, é impositivo que os cidadãos brasileiros reajam com determinação. Não para entrar em luta com os bandidos, mas, sim, para cobrar mais ação dos governos, das forças de segurança e do Judiciário. Que os poderes estabelecidos cumpram o seu dever, promovam operações ostensivas que comprovadamente inibam os marginais, organizem campanhas de desarmamento, julguem com celeridade os criminosos, invistam em penitenciárias e criem mais vagas nos presídios, retirem de circulação os delinquentes, previnam e combatam o tráfico de drogas e deem atenção mais efetiva e mais constante aos cidadãos que os sustentam com seus impostos.
Já se tornou insuportável contar apenas com a sorte e ouvir da polícia que o segredo para manter a vida é “não reagir, não olhar para o assaltante e entregar tudo”.