O Diário Catarinense adianta o editorial que publicará na edição impressa para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. Serão selecionadas para publicação no jornal impresso participações enviadas até as 19h de sexta-feira. Ao deixar comentário, informe nome e cidade.

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DE COSTAS PARA O MAR

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Às voltas com crônicos gargalos de mobilidade, e que se agravam a cada ano, o Estado ainda tem enormes dificuldades em avançar na busca de soluções concretas e efetivas para o problema, especialmente no que se refere ao transporte marítimo. A implementação de projetos que aproveitem o potencial dos 561 quilômetros da costa catarinense esbarra em questões burocráticas, na falta de recursos, na dificuldade de uma ação integrada entre municípios da mesma região e na falta de vontade política dos governantes que têm a caneta na mão.

Consolidado nas últimas décadas, o modelo atual essencialmente rodoviário já mostrou que está absolutamente superado. Até porque não teve o reforço de ações complementares fundamentais, quais sejam o investimento maciço na melhoria dos transportes públicos urbanos, a conscientização para um uso racional do carro e o aumento das vias destinadas aos ciclistas. Está mais do que na hora, portanto, das repartições públicas responsáveis pelo monitoramento do assunto privilegiarem os deslocamentos cotidianos via mar.

Na Grande Florianópolis, infelizmente, voltou à estaca zero a previsão inicial de implantar o sistema em caráter experimental ainda no primeiro semestre deste ano. Os dois projetos selecionados em janeiro por técnicos da SC Participações e Parcerias (SCPar) vão passar por revisão financeira, conforme informou a edição de quinta-feira do DC. Com isso, o cronograma tem chances de começar a sair do papel só a partir de janeiro de 2015, depois da conclusão do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (Plannus) da região.

É notório que a dinâmica urbana é extremamente acelerada e que na maioria das vezes os processos de gestão das instituições oficiais não conseguem acompanhar os seus desdobramentos. Eis uma meta desafiadora a quem tem o dever de planejar as nossas cidades para as próximas gerações: aprender com os erros do passado, detectar as carências atuais, subverter modelos e identificar caminhos que garantam qualidade de vida. E esses caminhos passam pelo transporte marítimo.

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