Ainda não foi desta vez a revanche da Libertadores. Prejudicado pelos desfalques de D’Alessandro, Dátolo, Leandro Damião e Oscar, o Inter não foi além de um 0 a 0 com o Fluminense, neste domingo, no Engenhão, pela quarta rodada do Brasileirão. Considerando-se o nível do adversário e a perspectiva a longo prazo, o conjunto da obra soou positivo para o time do técnico Dorival Jr. Mais ainda porque a próxima partida será sábado, no Beira-Rio, diante do Botafogo.

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GALERIA: Confira imagens do empate deste domingo entre Fluminense e Inter

A rigor, Inter e Flu deixaram o bom futebol na Libertadores. Se o jogo no Engenhão pelas oitavas de final foi eletrizante, desta vez predominou a sonolência – por culpa das ausências do Inter, principalmente. Sem alguém para pensar as jogadas, restou a ligação direta.

Não que o Fluminense tenha sido um primor. Pelo contrário: escorado na criatividade de Deco e na velocidade e disposição de Wellington Nem, fez o possível. Apostou no lado esquerdo da defesa do Inter e conseguiu pouco resultado, a ponto de a melhor jogada do primeiro tempo sair no setor contrário, de Nei, a partir de um passe de Thiago Carleto para Nem. Ele invadiu a área, entortou Moledo e cruzou rasteiro para Fred, que não alcançou. Fosse o contrário, sairia o gol.

Ao Inter, restaram as faltas da intermediária – e contra o time de Edinho elas sempre vão aparecer. Curiosa, porém, foi a preferência pelos cobradores. Consagrado no YouTube! graças ao chute forte e aos gols de muito longe, Jajá apenas assistiu às cobranças de Marcos Aurélio e de Dagoberto. Coincidência ou não, nenhum desses lances ameaçou o gol de Diego Cavalieri. Ele só esboçou ação no primeiro tempo em um chute de Dagoberto, para fora.

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Com tanta igualdade, até os discursos de Índio e de Edinho combinaram. Falaram após a protocolar troca de camisetas no intervalo, permeada por abraços e sorrisos.

– O time teve uma postura muito boa – exagerou Índio.

– O Inter fez um jogo inteligente, buscando o contra-ataque – analisou Edinho.

Mas a aparente satisfação dos ex-companheiros parece não ter combinado com as opiniões de Abel Braga e de Dorival Jr. Porque os dois times voltaram bem mais dispostos para o segundo tempo, a ponto de duas oportunidades brotarem aos três minutos.

Na primeira, Deco cruzou da direita para cabeceio de Wellington Nem – e bela defesa de Muriel. Na sequência, Sandro Silva puxou contra-ataque e encontrou Dagoberto, muito lúcido ao rolar a bola para a corrida de Jajá, pelo meio. Ele chutou colocado, no canto, e exigiu boa defesa.

Não foram fatos isolados. Com o jogo mais aberto, até Marcos Aurélio saiu do exílio. Aos 13 minutos, quase marcou em arremate de longe, defendido com dificuldade por Cavalieri. No minuto seguinte, Elton lançou Gilberto, autor de um chute desastrado. Acabamento à parte, era sinônimo de crescimento da produção do Inter.

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Acossado, Abel honrou a biografia e mandou a campo dois homens de frente, Matheus Carvalho e Lanzini. Dorival respondeu de imediato ao lançar um meia já com fama de promessa, Fred, e tirar Dagoberto. Depois, deu chance a outros dois garotos, Mike e Maurídes.

Mas as forças diminuíram e os dois times começaram a gostar do 0 a 0. Afinal, nunca é demais lembrar: em um campeonato por pontos corridos, melhor um na conta do que três com o adversário.

FICHA TÉCNICA

BRASILEIRÃO – 4ª RODADA – 10/6/2012

ESCALAÇÕES:

INTER: Muriel; Nei, Moledo, Índio e Fabrício; Elton, Sandro Silva, Marcos Aurélio (Mike, aos 29’/2ºT) e Jajá; Dagoberto (Fred, aos 24’/2ºT) e Gilberto (Maurídes, aos 39’/2ºT). Técnico: Dorival Júnior.

FLUMINENSE: Cavalieri; Bruno, Gum, Anderson e Thiago Carleto; Edinho, Jean, Vagner (Lanzini, aos 22’/2ºT) e Deco; Fred (Samuel, aos 29’/2ºT) e Wellington Nem (Mateus Carvalho, aos 19’/2ºT). Técnico: Abel Braga.

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Gols: –

Cartões amarelos: Dagoberto, Elton (Inter); Edinho (Fluminense)

Cartões vermelhos: –

Arbitragem: Ricardo Marques Ribeiro, auxiliado por Marcio Santiago e Janete Arcanjo, todos de Minas Gerais.

Local: Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro