Depois do treino no Estádio Florencio Sola, ontem, e nas primeiras conversas de bastidores do dia em Buenos Aires, onde o Inter enfrenta o Banfield pelas oitavas de final da Libertadores às 21h50min, ficou claro: o time do técnico Jorge Fossati vai soltar fogos de artifício se arrancar um empate fora de casa contra o campeão argentino. O objetivo dos jogadores e da comissão técnica é insistir na tese de que é preciso radicalizar nas diferenças entre Gauchão e Libertadores.

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Não para desmerecer o torneio estadual, mas sim para evitar que um possível empate hoje, mesmo sem uma grande atuação, vire apenas outro jogo sem vitória na cabeça do torcedor, ainda abalado pela derrota no Gre-Nal.

Neste contexto do regulamento, mesmo derrota com gol marcado e diferença mínima no placar (2 a 1, 3 a 2) não deve ser encarado como tragédia. O problema todo é que a forma como o Inter perdeu o Gre-Nal reduziu a paciência do torcedor. E os jogadores entendem que a torcida será fundamental no jogo da volta, seja qual for o resultado hoje. Por isso, resolveram falar mandando recados diretamente aos colorados.

– As pessoas precisam entender que Libertadores é uma competição completamente diferente. Não tem nada a ver com Gauchão ou Campeonato Brasileiro. Tem que ter o maior respeito do mundo por todos que participam. Ninguém chega a uma Libertadores por acaso. E todos jogam a vida por ela. Então, como é que empatar com o campeão argentino fora de casa vai ser ruim? É um ótimo resultado, sim – diz o zagueiro Fabiano Eller, até com mais veemência do que a habitual.

D’Alessandro, nas entrevistas concedidas para os veículos argentinos, chegou a lembrar de um fiasco de seus tempos de River quando jogou no município de Lomas de Zamora. Apanhou de 5 a 0. O exemplo foi usado para explicar como é complicado para jogadores de habilidade e de toque de bola atuarem em gramados de dimensões pequenas.

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– A marcação está sempre em cima e o jogo fica mais de bola na área, às vezes na ligação direta. É difícil jogar aqui. Mas estamos bastante preparados, pode ter certeza disso. Sem dúvida que empatar fora de casa nestas condições e contra o Banfield é ótimo – admitiu D’Alessandro.

O zagueiro Bolívar, principal líder do grupo, vai no mesmo tom:

– Tem que esquecer o Gre-Nal. A gente precisa lembrar para não repetir os erros da bola aérea, mas precisamos entrar no jogo contentes pelo fato de estamos aqui, disputando uma Libertadores. Mais ainda: decidindo a vaga nas quartas em casa? Quem não gostaria de estar na nossa situação?