Se um time sonha ser campeão nacional, ele precisa vencer um candidato direto ao título, em qualquer circunstância. A tabela não quer saber se o Inter estava desfalcado nem se atuava em Caxias do Sul. A derrota por 3 a 1 para o Cruzeiro, no Estádio Centenário, deixou a equipe de Abel Braga na oitava colocação. E os mineiros, na liderança. O Inter não conseguiu bater o atual campeão do Brasil, sério postulante ao bicampeonato. Na quarta-feira, o adversário será a Chapecoense, outra vez na Serra – e com obrigação de vitória.

Continua depois da publicidade

Leia mais:

JOGO EM TEMPO REAL: reveja como foi a partida

D’Ale é o melhor em campo na derrota do Inter para o Cruzeiro

Continua depois da publicidade

“Contra equipe de nível elevado, um erro custa caro”, diz Abel BragaCLASSIFICAÇÃO: veja a tabela do Brasileirão

Com o frio da Serra na casa dos 9º C, Inter e Cruzeiro iniciaram a partida com demasiados cuidados defensivos. Os ataques se mostravam tímidos e as raríssimas chances de gols, de ambos os lados, surgiam apenas através de chutes de fora da área. Com Valdívia e Otávio mais Wellington completando o emergencial meio-campo colorado, D’Alessandro teve a sua carga de trabalho aumentada. E muito.

Somente dos pés do argentino saía alguma jogada lúcida. A fé dos colorados quase foi perdida quando Dida saiu jogando errado, com o pé direito, dando um passe perfeito para Dagoberto, que não conseguiu aproveitar o presentão recebido. Aos 17 minutos, D’Alessandro tentou resolver o jogo por conta. Bateu em curva, com força, de fora da área. Aos 25, repetiu o lance: acertou o travessão.

Continua depois da publicidade

Os erros de passes se multiplicavam de lado a lado. O Cruzeiro, apesar de carregar o escudo de campeão brasileiro, também não conseguia vencer a defesa adversária. O jogo corria para o intervalo quando, aos 38 minutos, o Inter conseguiu realizar o seu primeiro lance coletivo de sucesso. D’Alessandro passou para Otávio, que encontrou Diogo dentro da área. O lateral cruzou e Wellington se atirou para empurrar a bola para o gol de Fábio: 1 a 0.

O problema é que o Inter vacilou em seguida. E levou um gol improvável. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou na pequena área, Dida não conseguiu chegar na bola e Valdívia afastou parcialmente, para cima, enquanto Dida ficou observando Ricardo Goulart (que não foi comprado pelo Inter ao final de 2011, por R$ 1 milhão, ao Santo André) saltar sem ângulo, levemente acossado por Wellington Paulista e cabecear para empatar o clássico.

– Tem que jogar o cara na placa, não pode deixar cabecear sozinho – esbravejou D’Alessandro, no intervalo, reclamando da marcação no lance do gol do Cruzeiro.

Continua depois da publicidade

No segundo tempo, o Cruzeiro parecia jogar no Mineirão. Avançou como quis, principalmente pelo lado direito da defesa colorada, e só não virou a partida nos primeiros minutos porque concluiu mal. O Inter conseguiu equilibrar as ações e, aos 11 minutos, Wellington Paulista reclamou um pênalti, após cruzamento na área. Em seguida, Juan surgiu com velocidade para fora.

O Cruzeiro, este sim, sabe ganhar um campeonato de pontos corridos. Aos 24, Wellington tinha a bola dominada, no campo de ataque, foi desarmado, Everton Ribeiro lançou Willian às costas de uma defesa totalmente aberta. Diogo foi o único a acompanhar o atacante, mas só para constar. Porque Willian deslocou Dida e fez o 2 a 1.

O nível de desespero de Abel Braga com a virada era tamanho que até Aylon foi a campo. O guri, que pintou bem no Gauchão e que não mais foi utilizado pelo técnico, surgiu como o pensamento mágico. E pouco pôde fazer. Ao final, Marcelo Moreno ainda entrou na área como quis, chutou e Dida defendeu. No rebote, bateu de novo e fez 3 a 1. Valeu a competência do Cruzeiro, que bateu um esperançoso Inter fora de casa e assumiu a liderança do campeonato. Ao Inter, que era o último invicto do campeonato, cabe tentar reunir forças para receber a Chapecoense.

Continua depois da publicidade

BRASILEIRÃO – 7ª RODADA – 25/05/2014

INTER 1

Dida; Diogo, Juan, Ernando e Fabrício; Willians, Wellington (Jorge Henrique, 28’/2°), D’Alessandro, Valdívia (Aylon, 32’/2°) e Otávio (Sasha, 17’/2°); Wellington Paulista. Técnico: Abel Braga

CRUZEIRO 3

Fábio; Ceará, Léo, Bruno Rodrigo e Egídio; Henrique, Willian Farias, Éverton Ribeiro (Tinga, 37’/2°), Ricardo Goulart e Dagoberto (Willian, int.); Marcelo Moreno (Borges, 44’/2º). Técnico: Marcelo Oliveira

Gols: Wellington (I), aos 38min e Ricardo Goulart (C), aos 42min do 1º; Willian (C), aos 24min e Moreno (C), aos 42min do 2°.

Continua depois da publicidade

Cartões amarelos: Wellington (I); Ricardo Goulart, Dagoberto (C).

Renda: R$ 213.860.

Público: 8.590 (com 7.541 pagantes).

Arbitragem: Paulo Godoy Bezerra (SC), auxiliado por Kleber Lucio Gil (SC) e Carlos Berkenbrock (SC). Estádio Centenário, em Caxias do Sul

Próximo jogo – Brasileirão – Inter x Chapecoense

Estádio Centenário, em Caxias do Sul, quarta-feira

Confira as melhores imagens da partida: