Restam nove dias para que o Inter defina o seu futuro na Libertadores. No dia 4, quando comemorar 103 anos, a equipe enfrentará o Santos, no Beira-Rio, na partida que poderá encaminhar o vencedor do Grupo 1. E, para isso, precisa de Oscar. Nesta terça, o advogado do meia, André Ribeiro, e o departamento jurídico do Inter deverão ingressar com recursos para reverter a decisão que devolveu o jogador ao São Paulo.

Continua depois da publicidade

Ribeiro pedirá ao TRT paulista a reconsideração do pedido de depósito judicial de R$ 4,5 milhões e a rescisão de contrato com o clube paulista. Na semana passada, o advogado tentou essa medida, mas a juíza que analisou a solicitação declarou-se incompetente. Ribeiro também buscará, no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, uma ação cautelar, solicitando um efeito suspensivo à decisão do TRT paulista. Se a medida tiver êxito, o contrato de Oscar com o Inter voltaria a ter validade, e ele poderia enfrentar o Santos.

Após passar o fim de semana na cidade de Americana, no interior de São Paulo, visitando familiares, Oscar retornou aos treinos – e bem. Deu assistências e marcou gols na atividade tática, sob a chuva de ontem à tarde. A volta do meia aos trabalhos será também peça do processo contra o São Paulo. O site oficial do Inter destacou o retorno do jogador, que, conforme decisão judicial, deveria retornar ao time paulista. Segundo a defesa, isso representaria a vontade do jogador em permanecer no Inter, em vez de voltar ao Morumbi. O retorno de Oscar ao Beira-Rio causou irritação na direção são-paulina.

O caso ganhou um novo ingrediente: o político. A CBF, agora dominada por paulistas e cujo atual presidente, José Maria Marin, é são-paulino, teria utilizado o imbróglio entre o jogador e o São Paulo como retaliação à Federação Gaúcha de Futebol. Segundo o presidente da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, a CBF “fez tudo muito rápido” para transferir o meia do Inter para o São Paulo, na edição do dia 21 de seu Boletim Informativo Diário (BID).

Às 18h30min, menos de duas horas antes de The Strongest x Inter, em La Paz, a CBF foi comunicada, via Federação Paulista de Futebol, sobre a decisão judicial. A direção do Inter optou, então, por tirá-lo da partida.

Continua depois da publicidade

– Não quero levantar suspeitas, mas o trâmite da mudança do BID do Oscar foi muito mais rápido que o normal dentro da CBF – afirmou o presidente da FGF, Francisco Novelletto.

As federações do Rio Grande do Sul, da Bahia, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Paraná formam a oposição ao atual comando da CBF.