Grupo Permanente de Análise e Monitoramento das Ações de Facções Criminosas. Este é o nome da força-tarefa formada por órgãos de inteligência estadual e federal que atuam no combate aos ataques registrados em Santa Catarina. São profissionais de 11 instituições mobilizados, o que aumenta o volume de informações coletadas e gera uma percepção de realidade mais elaborada, explica o coronel Nazareno Marcineiro, comandante da Polícia Militar e que está à frente do grupo.

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Reuniões diárias são realizadas para compartilhar os dados coletados, que vêm da rua, das estradas do Estado e do sistema prisional. As informações são filtradas, cruzadas e, as consideradas relevantes, incluídas em notas operacionais, difundidas entre os agentes e policiais.

O secretário de Segurança Pública, César Grubba, diz que desta maneira o fluxo de informações é muito mais rápido. Segundo ele, o trabalho é feito desde novembro do ano passado, data da primeira onda de atentados, mas ficou mais encorpado agora, com a inclusão do Poder Judiciário, do Ministério da Justiça, da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e do Departamento Penitenciário Nacional.

O delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila, reforça a análise e cita como exemplo o material oriundo destes encontros. O conteúdo ajuda a direcionar as investigações e facilita a obtenção de provas para condenar os envolvidos num futuro julgamento.

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Também houve aproximação com a Justiça. As instituições de inteligência fizeram uma palestra para desembargadores e à presidência do Tribunal de Justiça, num primeiro momento. Em seguida, o evento se repetiu com juízes das principais cidades catarinenses.

Exército ajuda na inteligência, mas sem apoio operacional

Chama a atenção na força-tarefa da inteligência a presença do Exército. A instituição é bastante reconhecida na área pelos resultados e pela metodologia de trabalho que executa. Diferentemente dos demais organismos, o Exército não segue a cartilha da Senasp. Os equipamentos que dispõe também são diferenciados. Embora não detalhados por questão de segurança, afirma-se que são mais precisos e potentes.

Na força-tarefa de Santa Catarina, o Exército trabalha com um grupo de 15 homens, revela o general Fernando Sardenberg, comandante da 14ª Brigada Motorizada. Ele explica que em reuniões no quartel da PM são repassadas coordenadas para a ação deste pessoal. Além disso, os militares têm grupos que conhecem a realidade das cidades onde existem batalhões: Florianópolis, Joinville, Blumenau, Tubarão, Criciúma, Lages e São Miguel do Oeste.

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Especialista em Segurança Pública e ex-coronel do Exército, Eugênio Moretzsohn diz que na instituição há bastante investimento no aprimoramento em inteligência e no treinamento militar para atuação em condições desfavoráveis. Os serviços do Exército já foram empregados na Bahia, Rondônia e no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Mesmo com os bons resultados, o general Sardenberg ressalta que não existe necessidade de empregar os militares nas ruas catarinenses. Ele justifica que a situação em SC não é tão preocupante e considera a linha de atuação do governo estadual como correta.

A escalação

Os 11 integrantes da força tarefa de inteligência:

Coordenação

Diretoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, Diretoria de Inteligência da Secretaria de Justiça e Cidadania, Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, Agência Central de Inteligência da Polícia Militar, Ministério Público e Poder Judiciário.

Cooperação

Exército Brasileiro, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Departamento Penitenciário Nacional, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

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