Um grupo de famílias que faz a triagem de material reciclado na Cooperativa de Reciclagem Recicla realizou um protesto na manhã desta sexta-feira (22) em frente à Prefeitura Municipal de Joinville. A manifestação, segundo a entidade, começou por volta das 9h em decorrência ao não cumprimento de acordos firmados pelo Município com as cerca de 33 famílias que selecionam material proveniente da coleta seletiva na unidade.

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Instalada em um barracão de cerca de 900 metros quadrados no bairro João Costa, a cooperativa indica correr risco de ficar sem sede própria a partir de outubro, quando vence o atual acordo feito com a prefeitura — responsável por manter o espaço. De acordo com o presidente da Recicla, Anderson Ramalho da Silva, o Município sinalizou que é necessário que o núcleo de catadores assuma as despesas de aluguel, água e energia do galpão ou devem se retirar do imóvel, que será entregue ao proprietário.

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Ainda segundo ele, essas despesas giram em torno de R$ 10,5 mil mensais e o ambiente é utilizado há três anos devido a um acordo firmado por meio de uma proposta feita pela Prefeitura, que vence em 14 de outubro. Sem ter como manter o lugar, as cerca de 200 pessoas que dependem da renda gerada pelo serviço de triagem no local buscam apoio do Município para que as atividades sejam mantidas em uma sede própria e regularizada.

— Fomos procurados com uma proposta de criar um núcleo de reciclagem, chamado de Núcleo Sul, entre três grupos que existiam na época e nos juntamos dentro desse espaço maior. O Município nos ofertou um processo de incubação, com capacitação para poder tocar o próprio negócio. Além disso, a gente seria regularizado e teria licenciamento ambiental, mas nesses três anos não aconteceu a incubação por parte do município e a recicla ainda ficou sem alvará de funcionamento e licenciamento ambiental — afirmou.

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De acordo com a Recicla, para o endereço antigo, no bairro Fátima, o grupo não tem como retornar, nem mesmo parmanecer no atual espaço, devido a especificações da Lei de Ordenamento Territorial (LOT). “A gente não está aqui para brigar pelo aluguel, mas para que eles nos cedam um espaço que seja uma sede própria do empreendimento. O município tem condição de ceder um terreno”, salienta.

O prefeito de Joinville, Udo Döhler, recebeu a demanda dos representantes da Recicla no fim da manhã desta sexta-feira em seu gabinete. A Prefeitura de Joinville informou, em nota, que o Município ficou de avaliar a situação e dar um parecer à entidade.

Geração de renda

Uma das principais fontes de triagem de materiais reciclados de Joinville, a Recicla separa 10 toneladas de material por dia. A reciclagem é fonte de renda para famílias como a da Iraide Ribeiro de Paula da Costa, 63 anos, moradora do Paranaguamirim. Recicladora desde 2005, ela participou do protesto com o intuito de pedir apoio da prefeitura para a cessão de um novo espaço de triagem.

— Os recicladores não têm como arcar com custos desse aluguel do barracão porque a gente não vive, a gente sobrevive desse material. E é importante essa ajuda por estarmos reciclando e eu vejo que nós somos o eixo principal e cuidamos do meio ambiente, diz ela.

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