Um samba velho é sempre novo, diz uma canção do Fundo de Quintal. É a raiz forte que garante folhas novas e verdes em uma árvore e essa é uma boa analogia para explicar o papel da velha guarda em uma escola de samba. Como guardiã do samba e das tradições, ela é a referência histórico-cultural da comunidade a qual pertence. Hoje à noite, representantes de três das mais antigas escolas de samba da Capital sobem pela primeira vez ao palco do Teatro Ademir Rosa, no CIC, para a gravação de um DVD inédito.
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Uma banda formada por 10 músicos, entre eles o violonista Luiz Sebastião Juttel, responsável pelos arranjos e direção musical, fará a base para que os sambistas mais antigos da Protegidos da Princesa, Copa Lord e Coloninha interpretem 18 canções que contam a história do samba na cidade. Cada escola interpreta seis músicas, desde sambas-enredos campeões até o bom e velho samba de raiz. O projeto Tradição –O Som das Velhas Guardas de Florianópolis é da produtora Base Cultural e foi contemplado com o edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura. Além da gravação do show, será produzido um documentário sobre a história das agremiações em parceria com a Bicicleta Filmes.
– Todo mundo gosta de samba. E queríamos falar dessa cultura aqui na Ilha. O legal das velhas guardas é a questão ideológica, são pessoas que fazem samba pelo amor à camisa – diz o jornalista e produtor Marinho Freire.
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O DVD terá tiragem de mil exemplares e será disponibilizado gratuitamente pela internet.
A velha guarda de uma escola é formada pelos integrantes mais antigos e idosos. São considerados os “sentinelas da cultura do samba” e traduzem a essência de suas agremiações.
– É a memória viva da escola – explica Beloni Farias, 60 anos, da Protegidos da Princesa.
Segundo ele, fazem parte esse grupo aqueles que passaram por todas as fases, desde empurrar carro alegórico até cargos importantes, como a presidência, ou ainda chegaram a participar da ala das crianças. Ele foi parar na Protegidos há 40 anos por influência de sua mulher, Wânia Wanderlei Farias, 61, integrante da desde criança.
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Para Carlos Sizenando da Cunha, o seu Tita, 78 anos, os mais velhos têm o papel de referência para os mais novos. Em 1962 ele foi um dos fundadores da Coloninha, agremiação do Bairro Estreito, região continental.
O presidente da velha guarda da Embaixada Copa Lord, João Ferreira de Souza, o Teco, de 78 anos, concorda com Tita:
– Estamos aqui para mostrar e falar das tradições para os mais jovens.
:: Agende-se
O quê: show de gravação do DVD Tradição – O Som das Velhas Guardas de Florianópolis
Quando: hoje, às 21h
Onde: Teatro Ademir Rosa (Av. Governador Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)
Quanto: R$ 20 / R$ 10 (meia)
Informações: (48) 3664-2628