Um dos integrantes do grupo acusado de assassinar um advogado gaúcho foi condenado pelo crime. Carlos Eduardo Martins, de 31 anos, foi torturado e morto em Florianópolis, durante o Carnaval de 2022. Entre os seis réus está a esposa da vítima, apontada como a mandante do crime, que será julgada na próxima semana.
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O júri ocorreu na quarta-feira (3) e durou mais de 14 horas. Nesta primeira etapa, três pessoas foram julgadas. Na sessão, dois foram absolvidos e um homem condenado. Ele confessou participação no assassinato e foi sentenciado a 16 anos de prisão*, em regime fechado, além de multa de meio salário mínimo pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e de roubo qualificado.
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O homem já aguardava o julgamento na prisão. O magistrado que presidiu a sessão negou ao condenado o direito de recorrer em liberdade.
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Na próxima terça-feira (9), a esposa do advogado e mais dois homens serão julgados pelos mesmos crimes.
* Originalmente o TJSC divulgou que o réu condenado recebeu pena de 18 anos. A informação foi atualizada às 15h56min desta quinta-feira (4), após conhecimento de novo despacho nos autos, publicado pelo cartório da Vara do Tribunal do Júri nos autos nº 50630044220228240023, que estabeleceu a pena definitiva em 16 anos.
Advogado foi torturado
Carlos Eduardo e a esposa vieram do Rio Grande do Sul para passar o Carnaval em Florianópolis. No dia 2 de março de 2022, conforme o Ministério Público, a vítima e outros três acusados foram a uma casa no bairro Rio Vermelho, no Norte da Ilha, com a intenção de buscar cocaína.
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Ao chegar no local, no entanto, um dos homens passou a agredir o advogado com socos e objetos cortantes. Segundo a Polícia Civil, após Lima ser “violentamente torturado e morto”, ele foi colocado pelos suspeitos no próprio carro, uma BMW, que foi abandonado em uma rua do mesmo bairro.
O veículo foi encontrado no dia seguinte, com o homem sem vida. Ainda de acordo com a denúncia, a mulher da vítima, a empregada doméstica e o sexto acusado permaneceram em outro local até que o grupo voltasse após o crime. Lá, a esposa de Carlos deu suporte aos executores, ao fornecer roupas limpas e produtos de limpeza para remover o sangue do carro.
Além da mulher, que ofereceu um pagamento de R$ 50 mil para cada envolvido na morte do companheiro, quatro homens foram denunciados por agredir e matar Carlos com golpes de faca, garfo e um moedor de carne. Uma sexta pessoa também teve participação no planejamento do crime.
O MP ainda aponta que os envolvidos se aproveitaram a vulnerabilidade da vítima para pegar o tênis que ela usava no momento do crime, um celular, além de uma corrente e uma pulseira de ouro. As joias foram avaliadas em mais de R$ 19 mil e vendidas no centro da Capital. O grupo também usou o cartão da vítima para abastecer e fazer compras.
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Vítima conhecia parte dos acusados e foi morto por vingança
Ainda de acordo com a denúncia do MP, parte dos acusados eram conhecidos do advogado de outras festas que já haviam passado juntos. A vítima, inclusive, já havia representado dois dos envolvidos em acusações de tráfico de drogas, além de ser compradora e usuária dos entorpecentes comercializados.
Um segurança particular de Carlos Eduardo, que chegou a ser preso, apontou a esposa do homem como mandante do crime. A promotoria apontou que o crime foi planejado com o pretexto de vingança devido à violência doméstica que a mulher sofria.
Inclusive, em janeiro de 2022, o advogado teve decretada sua prisão preventiva em Gravataí, no Rio Grande do Sul, onde ele e a esposa viviam, por descumprir uma medida protetiva a favor da mulher, que afirmava ter sido vítima de violência doméstica por parte dele em diversas vezes.
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