Em tempos de “apagão”, quando falta energia por incompetência do governo e nós pagamos o pato. Em tempos de vergonha com nosso futebol destroçado e sem perspectivas. Em tempos da banalização da violência nos grandes centros urbanos. Em tempos de esquecimento no investimento nos esportes e na educação como fator de evolução da sociedade Em tempos de arrocho salarial. Em tempos de distanciamento moral e afetivo entre os seres humanos. Eis que o domingo ficou leve, leve. Ficou feliz. Ficou festivo num país chamado Brasil. Tão faceiro, tão gostoso, que percebemos que é quase insustentável ser feliz. Simples como sempre. Brigado como sempre. Batalhado, suado e merecedor. Match point. Uma lágrima escorre no canto do olho. Com ela, esvaziamos nossa as agruras do dia-a-dia. Limpamos a alma. Guga é sinônimo de domingo feliz. E ponto. Presságio Os norte-americanos usam muito o termo “come back” para qualificar a capacidade de uma pessoa ou time de reverter uma situação ou um resultado ruim e chegar à vitória. Guga não cansa de dar a volta por cima em situações difíceis. Lá pelo Nordeste, até o Jacaré, já reverenciado por Guga e ídolo avaiano, depois de uma fase nebulosa, voltou a marcar seus gols, sendo vice-artilheiro do torneio pernambucano, atrás somente de Kuki, goleador bem familiar por estas bandas. Onde quero chegar? No presságio, é claro. Um “feeling”, “insight”, pressentimento, enfim, um arrepio futurista, daqueles de dar inveja a Nostradamus, me diz que esse Avaí, que ainda não tem time, que não tem planejamento – pelo menos apresentado oficialmente -, mas que “faz coisa”, pode aprontar um “come back” na Série B. E tenho dito. Tum, tum… Encontro artigo na revista Galileu que ensina: “Por volta do século 5 a.C. começa na Grécia Antiga um debate palpitante sobre a localização da alma”. Hipócrates sustentava que a inteligência provinha da cabeça. Mas Platão discordava: para ele, só existia uma alma e ela se localizava no coração, que congregava os sentimentos e a inteligência. O filósofo mané Guga Kuerten acaba de, 2006 anos depois, comprovar o empirismo de Platão. Incorporou Picasso e mostrou como vence seus jogos. À moda Van Guga, pincelou com a raquete, no saibro de seu templo, um prosaico coração. Adeus, Leão É preciso deixar claro que este interino não gosta, nunca gostou e nunca vai gostar do técnico Leão. Bem disse o Sócrates (jogador, é claro): “Pense em todos os defeitos que um ser humano pode ter. O Leão tem todos”. Convenhamos, nem de longe a culpa por mais um vexame da Seleção foi do técnico. A era Scolari É preciso deixar claro que este interino gosta, sempre gostou e dificilmente deixará de gostar do técnico Scolari. Pois o Felipão, ao que tudo indica, vai assumir a Seleção Brasileira. Pois bem, como Leão, ele só vai poder contribuir para melhorar a situação se muita coisa, mas muita, muita, muita, muita coisa mudar. O quê? Ocuparia algumas colunas desfilar os quesitos. A diferença, pró-Scolari, é que com ele, craque joga. Porque ninguém melhor que o Felipão para colocar oito cabeças-de-bagre a serviço de três craques. Um show Não é só o tênis que faz bonito. Dá gosto ver os ginásios lotados de gente saudável fazendo uma grande festa com nossa Seleção de vôlei masculino na Liga Mundial. Todos cantando o Hino Nacional e torcendo civilizadamente, sem torcidas organizadas e baixarias. Não fosse a histeria de algumas fãs – pobres pais, o que pensam ao ver seu rebento tendo chiliques em frente às câmeras? -, poderíamos dizer que evoluímos muito no quesito inteligência.
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