Uma entidade que atende 60 crianças carentes, em sua maioria moradoras do Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis, precisa de ajuda pra não fechar as portas. Criado em 2004, o instituto, que carregava o nome de uma empresa nacional de engenharia e foi criado por ela como projeto de responsabilidade social, não tem mais patrocinadores e, assim, não consegue se manter. O aluguel da casa em que está instalado, na Rua Major Costa, centro da cidade, já encerrou, mas a entidade conseguirá ficar no local por mais um mês, prazo em que espera conseguir contornar a situação.
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Simone Antunes, coordenadora geral e pedagógica da entidade, explica que, de 2004 a 2015, os trabalhos foram mantidos por essa empresa. A partir de julho de 2015, a administração do instituto foi passada pra uma multinacional norueguesa, que fez os repasses para manutenção até este ano. Mas em maio, essa empresa informou que não faria mais esse trabalho. O último repasse, no valor de R$ 60 mil, foi feito neste mês. A partir de agosto, a entidade, que ainda carrega o nome da empresa que a criou, Engevix, mas pretende mudar a nomenclatura, não tem mais como se manter.
— O vínculo com a Engevix foi finalizado e com a desistência dessa empresa norueguesa, rompemos totalmente. Somos uma Oscip [Organização da Sociedade Civil de Interesse Público]. A ideia é criar um novo estatuto e mudar o nome, e continuar abertos pra crianças da comunidade — explica Simone.
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Serviços prestados
Ela conta que, nesse momento, as 60 crianças atendidas no contraturno escolar estão de férias. A ideia é permanecer em agosto na casa para tentar conseguir empresas parceiras para garantir a manutenção dos trabalhos e, em setembro, voltar a receber os menores, de 6 a 12 anos.
— A casa tem uma estrutura muito boa de funcionamento. São 11 colaboradores. Aulas de artes, capoeira, apoio pedagógico, dentista, nutricionista, entre outras. A empresa terceirizada que faz a alimentação das crianças. Tem duas alimentações por período — completa a coordenadora.
Apesar da dificuldade, Simone acredita que a entidade conseguirá se manter aberta.
— A esperança é a última que morre. É terrível pensar em fechar as portas. Quando a gente entrou, a comunidade nos acolheu muito bem. A empresa escolheu esse local porque não havia nenhuma ONG atuando aqui. As crianças contam com a gente pra tudo, pra atendimento psicológico, dentista. A gente fecha, as crianças vão ficar onde? Já procuramos outras ONGs pra repassar as crianças, mas elas também não tem vagas, não suportam. A capacidade delas está completa e não dá pra abraçar os nossos 60 — lamenta Simone.
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Além disso, ela explica que a realização de trabalhos no contraturno escolar ajuda também os pais, que sabem que os filhos estão em um lugar seguro enquanto trabalham.
Como ajudar
Quem puder colaborar com a manutenção da entidade pode entrar em contato com Simone pelos telefones (48) 3228-1065 e (48) 3225-2044. Um e-mail também foi criado com esse objetivo: salveoinstituto@prese.org.br.