Ampliar a capacidade de identificar doadores de medula óssea será a busca constante nas novas instalações do Laboratório de Imunogenética, que o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) inaugura nesta terça-feira, no Hospital do Câncer II, no Rio de Janeiro. A inauguração oficial está marcada para as 12h30min.

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De acordo com o diretor do Centro de Transplantes de Medula Óssea do Inca, Luís Fernando Bouzas, o laboratório poderá realizar exames para os quais, antes, era necessário enviar materiais para o Exterior. O médico ressalta ainda que as novas instalações atenderão não só ao Brasil, mas também a países vizinhos, auxiliando no cruzamento das informações e, consequentemente, enriquecendo o material genético disponível no cadastro.

O laboratório de Imunogenética do Inca, que funcionou durante 30 anos no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, é um dos pioneiros na área no Brasil. Graças a ele, os primeiros treinamentos para a implantação do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) foram feitos. O espaço é referência do Ministério da Saúde para os exames de histocompatibilidade (HLA), por meio do qual os dados dos prováveis doadores são cruzados com os de pacientes que precisam de transplante de medula óssea.

Inovações tecnológicas

O laboratório de imunogenética do Inca também contará com a Plataforma QIAsymphony, para a purificação de DNA Genômico. Ou seja, um aparelho com uma espécie de leitor de código de barras, capaz de identificar cada tubo de sangue a ser analisado. Ao final do processo de purificação, a máquina gera uma nova identificação, também por código de barras, para cada grupo de exames.

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Já o sequenciador de DNA, também adquirido para o novo espaço, vai proporcionar uma alta resolução das tipificações HLA, o que permite a inclusão de novos exames como o de tipificação confirmatória, fundamental para que os exames de compatibilidade sejam exatos e o transplante garantido.

Vários membros da equipe do laboratório passaram por treinamento, nos Estados Unidos para obter maior qualificação em um desafio constante e que exige ampla especialização na área. A meta é conseguir a acreditação internacional para o laboratório, possibilitando exames para outros países, inclusive os Estados Unidos.

O investimento total na unidade foi de R$ 2,7 milhões, sendo R$ 1,8 milhões financiados pelo BNDES e R$ 900 mil com recursos do próprio Inca.