As instituições federais de ensino planejam retomar atividades que estavam suspensas após o desbloqueio de verbas pelo Ministério da Educação (MEC), mas ainda demonstram preocupação com a falta de recursos para investimentos. Segundo o ministro Abraham Weintraub, foi liberado R$ 1,1 bilhão de reais – R$ 771 milhões para universidades e R$ 336 milhões para institutos federais.

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Segundo o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), R$ 23,5 milhões estavam retidos. Com os recursos liberados, a reitoria garante ter mais tranquilidade no pagamento de serviços como água e luz, como também voltar a abrir postos de trabalho terceirizados nas áreas de limpeza e vigilância. Além disso, serão restabelecidas as visitas técnicas e a aquisição de insumos para aulas práticas.

Auxílios da assistência estudantil serão retomados na instituição, porém os valores que não foram destinados aos alunos durante o período do bloqueio não poderão ser repostos.

— Recebemos a notícia com bastante alívio porque não queríamos que a instituição sofresse com o bloqueio. Em algumas atividades, acabou impactando. Cabe ressaltar tivemos o desbloqueio total do orçamento de custeio, mas não o de investimento. Na verdade, só podemos gastar 20% do que foi planejado na Lei Orçamentária Anual de 2019. Não é um valor alto, mas é o que garante situações institucionais e urgências — disse a reitora do IFSC, Maria Clara Schneider.

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Já a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) anunciou que, após o desbloqueio de algo em torno de R$ 29 milhões, as medidas de restrição nas despesas divulgadas em setembro não serão mais aplicadas — isso já a partir dessa semana. Porém, as verbas para investimentos (mais de R$ 4 milhões) e os valores provenientes de emendas parlamentares (cerca de R$ 1,28 milhão) voltados a aquisições, obras e equipamentos ainda não foram liberados.

— Logo após o anúncio do MEC, o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, João Carlos Salles, deixou claro que as universidades não tinham gordura para queimar. Elas tiveram que cortar da carne para poder manter o seu funcionamento. Agora, a gente consegue recompor isso. Nós não fizemos economia, nós fizemos restrição no atendimento de demandas — declarou o chefe de gabinete da reitoria da UFSC, Áureo Moraes.

A universidade também garantiu a volta da Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex). O evento não foi realizado este ano, e a previsão é que ele retorne no primeiro semestre de 2020.

Ouça a entrevista:

Na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), no Oeste de SC, o valor bloqueado foi de R$ 5,8 milhões em despesas de custeio. A liberação do recursos "contingenciados" foi anunciada pelo MEC na última sexta-feira (18).

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