Longos 24 anos separam o Brasil da sua última final olímpica no futebol. No já distante ano de 1988, o ouro bateu na trave quando um então jovem atacante de nome Romário, com tenros 22 anos, conduziu a equipe até a decisão contra a extinta União Soviética, em Seul, na Coreia do Sul. Quis o destino que uma nova oportunidade de retornar à finalíssima viesse justamente contra os anfitriões dessa última lembrança. E nesta Seleção, como naquela, há um novo e talentoso atacante: Neymar.

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Em 88, o Baixinho, hoje deputado federal e comentarista de televisão, terminou o torneio como artilheiro, com sete gols. Neymar, dois anos mais novo em relação ao Romário dos jogos sul-coreanos, briga com o compatriota Damião para ser o artilheiro máximo do torneio – está a dois do senegalês Konate, que não jogará mais – e já tem no currículo importantes títulos por seu clube, o Santos, entre eles um continental (a Libertadores do ano passado).

– Neymar é o melhor jogador brasileiro e eu o coloco um pouquinho abaixo de Messi, que tem mais experiência, mais títulos e uma certa vantagem – declarou Romário em entrevista recente ao jornal L’Equipe, da França.

Neymar, além de igualar Romário nos Jogos e ter a perspectiva de ultrapassá-lo caso seja campeão no próximo sábado, irá, em caso de classificação para a final, sobrepujar dois ídolos recentes do futebol nacional, Ronaldo e Ronaldinho, que falharam em suas aspirações olímpicas e jamais estiveram na decisão.

Com o seu badalado camisa 11, o Brasil tenta superar a barreira das semifinais que estorvou sua vida nas edições de 96 e 2008. O técnico Mano Menezes tem tentado a todo custo negar que exista uma pressão por resultado superior.

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– Eu já disse algumas vezes que não temos nada a ver com medalhas que não foram conquistadas lá atrás. Cada situação é uma situação. Sabemos que nos esporte só os vencedores é que são lembrados. ??

Caminho de Seul

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Até alcançar a semifinal da Olimpíada de Seul, a Seleção tinha, como agora, vencido os quatro jogos (Austrália, Nigéria, Iugoslávia e Argentina). E com time artilheiro: 10 gols marcados.

Clássico

Na semifinal, a equipe enfrentou a poderosa Alemanha. Após empate de 1 a 1, a vaga viria nos pênaltis. Na final, derrota para a União Soviética: 2 a 1.

Medalha e craque

Los Angeles/1984

Primeira medalha do futebol brasileiro veio com a prata. A equipe teve como base o time do Internacional e perdeu a final para a França. Entres os destaques estava o volante Dunga, que seria o capitão do tetra em 94.

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Seul/1988

Quatro anos mais tarde, de novo a equipe bateria na trave, na Coreia do Sul. O algoz da vez seria a União Soviética. Outro herói de 94, Romário, era o destaque, com sete gols feitos.

Atlanta/1996

Com Ronaldo Fenômeno, Brasil seria bronze nos Estados Unidos. Na semifinal, derrota de 4 a 3 na prorrogação para a Nigéria.

Pequim/2008

Há quatro anos, outro bronze. Eliminação para a Argentina de Messi ofuscou Ronaldinho Gaúcho.