Não é surpresa que Santo Antônio de Lisboa é um dos bairros mais visitados da Capital. Mas o cenário formado por belas paisagens e restaurantes de gabarito também vem sendo um chamariz para os assaltantes. Somente em novembro, três casas foram visitadas por ladrões na região de Santo Antônio e Sambaqui.

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A lista de ocorrências também inclui o arrombamento da associação de moradores e até mesmo o sumiço do mascote de um dos bares mais movimentados da localidade, o tradicional Gambarzeira. Sim, até o gambá de plástico foi levado pelos ladrões. Uma onda de crimes que incomoda e preocupa uma das regiões mais tranquilas de Florianópolis. Segundo o proprietário do estabelecimento, Edenaldo Lisboa da Cunha, o problema não foi grande – ele “levou na esportiva” e fez um novo, de espuma – perto do que vem ocorrendo no bairro:

– A região está totalmente desprovida de segurança. Nos fins de semana tem um grande número de arrombamentos de veículos e os ladrões estão conhecendo a rotina dos moradores para furtar as casas – conta o empresário.

Foi desse jeito que a casa do dono de um restaurante foi assaltada em Sambaqui. A nora da vítima, que prefere não se identificar, disse que levaram três televisores, jóias e um aparelho de DVD.

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– Só roubaram o que é rápido de vender. Teve um microondas novo, encaixotado, que não levaram, por exemplo – relata a mulher.

Câmeras não funcionam

O presidente do Conselho de Segurança (Conseg) da região, Bernardus Kraijbrink, conta que a quadrilha que estava assaltando casas na região foi presa na Lagoa da Conceição. Eles eram bem vestidos, batiam palmas na frente das casas e, se ninguém atendesse, partiam para a invasão.

Quanto à casa do dono de restaurante, foi necessário recorrer às gravações das câmeras de vigilância da Polícia Militar (PM) instaladas nas ruas. Porém, nenhuma imagem havia sido feita, pois o equipamento estava com problemas – o, que se repete em todas as câmeras de Cacupé, Santo Antônio de Lisboa, Sambaqui e Ratones.

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O responsável pelo comandando do 21º Batalhão da PM, major Fábio de Matos Melos, explica que a manutenção já está sendo feita, mas depende de duas empresas para que seja concluída. Por conta disso, segundo ele, não é possível estabelecer um prazo concreto para uma solução definitiva.

Ação de pivetes

No caso do arrombamento do casarão onde fica a Associação de Moradores, Bernardus explica que isso é ação de “pivetes”.

– São garotos que bebem e arrombam. Não fazem nada demais, mas causam uma sensação de insegurança – explica.

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Tanto Bernardus quanto Edenaldo concordam que o bairro precisa de mais rondas policiais. Para ambos, isso pode ajudar a resolver o problema de insegurança. O major explica que a região não teve um aumento de registros no último mês e afirma que o efetivo está fazendo rondas dentro da normalidade. Ele orientou a população que, se houver qualquer situação fora do comum, sejam feitos Boletins de Ocorrência ou denúncias para o 190.

– Só se a gente souber dos crimes vamos poder agir – explica.

Vizinhos solidários

Para coibir a ação de criminosos, os moradores da região de Santo Antônio de Lisboa estão criando núcleos de “vizinhos solidários”. Segundo Bernardus, a intenção é que grupos de 10 moradores vigiem uns aos outros.

Ao todo, os três bairros da região – Sambaqui, Santo Antônio de Lisboa e Cacupé – montaram sete grupos, mas Bernardus diz que muitas pessoas têm resistência e não aderem ao programa.

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– Como o Conseg faz parte do governo, eles não acreditam muito – conta.

Por outro lado, o presidente do Conselho diz que a iniciativa pode reduzir em até 40% o número de ocorrências. O major Fábio de Matos Melos explica que este tipo de programa ajuda na segurança e, através da atitude da população, consegue intimidar os criminosos.

Segurança privada

Para tentar manter a região tranquila, alguns moradores tamvém se uniram para contratar uma vigilância privada. Os participantes pagam R$ 30 mensais pelo serviço. O presidente do Conseg, Bernardus Kraijbrink, conta que os vigilantes andam de motocicleta e avisam a polícia caso encontrem algo de errado.

Para o major Fábio de Matos Melos, a iniciativa ajuda na segurança, mas é preciso cuidado ao contratar tal tipo de serviço:

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– Tem que ser uma empresa legalizada, senão não temos como saber as reais intenções das pessoas que prestam este tipo de serviço – explica o policial.