Três secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP) passaram a ser investigados formalmente nesta quinta-feira com a chegada do inquérito do cartel de trens ao Supremo Tribunal Federa (STF).

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Rosa Weber será a relatora do caso, que está em Brasília pelo fato de os secretários serem deputados licenciados com prerrogativa de foro especial.

São investigados o chefe da Casa Civil do governo, Edson Aparecido (PSDB), o secretário de Energia, José Aníbal (PSDB), e o secretário de Desenvolvimento, Rodrigo Garcia (DEM). O deputado Arnaldo Jardim (PPS), aliado dos tucanos, também é alvo.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, comentou o caso:

– Houve uma denúncia que era anônima, apócrifa. Investigue-se, não tem nenhum problema. Depois, se disse que a denúncia envolvia pessoas do PSDB. Foi-se verificar, o texto foi alterado. O texto, quando passou do inglês para o português, foi enxertado, com objetivo nitidamente político

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e eleitoral.

A investigação sobre o cartel foi iniciada em 2008, após as suspeitas sobre pagamento de propina pela empresa francesa Alstom serem levantadas no Exterior.

Desde então, seis pessoas foram indiciadas, entre elas o ex-presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos Oliver Hossepian, o ex-diretor da estatal João Roberto Zaniboni e o consultor Arthur Teixeira, apontado como lobista e intermediador de propinas das multinacionais.

A suspeita é de que o cartel tenha atuado para obter contratos superfaturados de trens e metrô entre os anos de 1998 e 2008, durante as gestões dos governadores tucanos Mário Covas, José Serra e Alckmin.

O inquérito da Polícia Federal que agora está no Supremo contém um relatório do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer em que são citadas propinas para políticos e

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caixa 2 para o PSDB e o DEM.

Nesse relatório, Rheinheimer dizia ter ouvido do consultor Arthur Teixeira que Aparecido e Jardim eram destinatários de propina. O ex-diretor também falava da proximidade de Arthur Teixeira com José Aníbal. Rheinheimer assinou uma delação premiada na PF. Em pelo menos dois depoimentos, repetiu as acusações.