A polícia deve concluir nos próximos dias o inquérito que apura quem foram os mandantes dos 110 ataques ocorridos entre os dias 26 de setembro e 15 de outubro em Santa Catarina.
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A investigação é presidida pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) e tem como objetivo principal reunir os indícios de que os crimes foram – ou não – cometidos por organização criminosa.
Segundo apuração do DC, os delegados que atuam na procedimento devem concluir o relatório final nos próximos dias e enviá-lo à Justiça com indiciamentos de integrantes da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
Entre os citados, possivelmente constarão criminosos ligados ao 1º ministério do bando, aqueles que estão desde fevereiro de 2012 na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
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– Os mandantes estão dentro e fora do sistema prisional – diz o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D´Ávila, ao revelar a importância do inquérito para a polícia no sentido de reunir provas contra a organização criminosa que atua no Estado.
Essa investigação é semelhante à realizada no começo de 2013 após as duas primeiras ondas de ataques a ônibus, quando uma força-tarefa de policiais sediada na Deic indiciou 100 pessoas como responsáveis pelos crimes.
Em maio deste ano, a Justiça condenou 80 envolvidos a penas que chegam a 1.049 anos de prisão.
Segundo a Polícia Militar, neste último episódio de violência 42 ônibus foram incendiados e houve ataques contra 27 casas de agentes da segurança, oito bases policiais e a outras 11 instalações públicas.
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O balanço inclui ocorrências em 32 cidades, o assassinato de um agente penitenciário aposentado em Criciúma, dois suspeitos mortos e 73 presos.
Nos últimos dias, a polícia tem garantido que não há informações que apontem a possibilidade de novos ataques. Na noite de terça, dois homens incendiaram um ônibus no Bairro Saco Grande, em Florianópolis.
No sistema prisional ainda há um estado de alerta e mais transferências de presos a prisões federais não estão descartadas, diz o secretário da Justiça e Cidadania, Sady Beck Júnior.
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EM ANDAMENTO
A Força Nacional de Segurança continua em Santa Catarina. Os integrantes atuam nas divisas em barreiras com a Polícia Rodoviária Federal. A medida foi articulada em apoio do governo federal.
Até agora, 21 presos foram transferidos ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) do presídio de Porto Velho, em Rondônia. O Estado não descarta enviar mais detentos como forma de enfraquecer o crime organizado em SC.