Um ano se passou desde que o norte-americano Shane Gaspard, 43 anos, foi encontrado morto com uma facada certeira no peito. Desde então muitas dúvidas surgiram sobre a morte, mas o mistério permanece. A investigação não concluiu se tratar de um caso de suicídio, tampouco tem provas que de que tenha se tratado de assassinato. A única coisa certa até agora é que o inquérito caminha para o arquivamento.
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A morte ocorreu no último Natal, na Praia Alegre em Penha, e desde então o caso é investigado pela Polícia Civil de Balneário Piçarras. Depois de tomar depoimentos repetidas vezes, receber os resultados periciais e fazer até uma reconstituição, o delegado responsável remeteu o inquérito ao Ministério Público sem solução.
Coube ao MP tomar conhecimento aprofundado do caso e tentar sugerir novos caminhos para a investigação. Em outubro a promotoria remeteu o documento novamente à polícia pedindo nova tomada de depoimentos, um deles de suma importância para a investigação.
O delegado Rodolfo Farah conta que inicialmente preferiu não pedir o depoimento em questão pelo fato da testemunha ser uma criança. Ele não viu necessidade de expô-la, mas diante da falta de provas pediu para ouvi-la depois que o inquérito voltou para suas mãos. O depoimento, porém, não foi possível porque a mãe da menor não autorizou.
– Eu acredito que esse depoimento seja sim uma peça bem importante – afirma.
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Além disso, a promotoria pediu tomada de outros quatro depoimentos. Dois foram tomados, mas conforme o delegado apresentaram as mesmas inconsistências anteriores. Os dois depoimentos faltantes são de um casal que não foi chamado para se pronunciar oficialmente.
Assim que os depoimentos forem tomados, a polícia encaminhará novamente o inquérito ao MP. Segundo ele, os novos depoimentos não alterarão a investigação anterior, mesmo assim ele não vai se pronunciar pelo arquivamento, deixará a decisão para a promotoria.
– Não sei se é o mais certo, mas é o caminho mais óbvio – diz.
Para o delegado o laudo cadavérico prejudicou a investigação porque não apresentou consistência. No entanto, admite que a perícia localística foi muito boa e que esperava que os depoimentos fossem mais esclarecedores.
Relembre o caso
? Shane Gaspard morreu na madrugada do dia 25 de dezembro do ano passado. Ele participava de uma festa de Natal na casa da sogra quando foi encontrado com um ferimento de faca no peito
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? Desde o início a polícia tratou o caso como suspeita de suicídio ou homicídio, mas depoimentos controversos e o fato de a faca utilizada ser encontrada embaixo do banco da caminhonete da vítima reforçaram a segunda hipótese
? A perícia demonstrou que Shane foi atingido de forma certeira no coração e a morte ocorreu instantes após a facada. Também especificou que a arma continha digitais apenas da vítima
? O laudo não deu conta de ferimentos anteriores, assim como confirmou a funerária que cuidou do corpo. No entanto, a família do norte-americano garante que ele tinha marcas de luta, como arranhões, olho roxo e lábio machucado
? Em fevereiro a polícia solicitou uma reconstituição que só aumentou as dúvidas da polícia sobre a autoria do crime, caso tenha se tratado de assassinato
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? A polícia solicitou informações bancárias de Shane que nunca chegaram. O material seria usado para esclarecer se alguém lucraria com a morte do norte-americano