Responsável pelo inquérito que investiga acusações de estupro e tentativa de estupro de três mulheres contra do ex-participante do BBB e arquiteto Felipe Prior, 27, a delegada Maria Valéria Pereira Novaes afirma que as apurações estão na reta final. Ela explica que o caso ficou moroso devido à pandemia do novo coronavírus e à antecipação dos feriados em São Paulo. 

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“Tivemos que parar [a apuração], porque as pessoas não podem vir à delegacia. Acredito que -por mais vontade que eu tenha de terminar esse inquérito- nós ainda vamos demorar um pouquinho. Não estamos procrastinando, mas pelo fato de termos que ouvir as testemunhas do suposto autor, vamos nos adequar à possibilidade de eles virem, já que alguns são de São Paulo, mas outros não”, diz Novaes. “No máximo, até o meio de junho já tenha ouvido a todos e siga para o Ministério Público.”

O caso de abuso sexual envolvendo o ex-BBB Felipe Prior completa dois meses nesta semana. Os crimes teriam acontecido entre 2014 e 2018, e foram revelados pela revista Marie Claire e confirmados pela reportagem. Por meio dos seus advogados e por seu Instagram, Prior negou as acusações.

O inquérito foi instaurado pelo Ministério Público na 1ª Delegacia da Defesa da Mulher no Cambuci, região central de São Paulo, na primeira semana de abril. Desde então, a polícia judiciária investiga o caso. Todas as três vítimas que acusaram Prior inicialmente, além das testemunhas das vítimas foram ouvidas. Das sete testemunhas de defesa do arquiteto, apenas três foram depor.

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A delegada Maria Valéria Pereira Novaes é a única pessoa à frente do caso, e que media os depoimentos dos envolvidos e de suas respectivas testemunhas. Todas as oitivas também são acompanhadas por duas promotoras e uma escrivã.

Concluído o inquérito, ele é encaminhado para o Ministério Público, e o juiz designado pode acatar ou não a denúncia, o que segundo Novaes, deve acontecer de maneira mais célere. “A hora em que eu terminar o relatório -que eu acredito ser antes de julho-, já em julho, ou agosto, eu acho que haverá uma decisão do Ministério Público. Acho que isso tem que ser resolvido o quanto antes, porque as pessoas sofrem. As vítimas, o acusado e as famílias dos dois lados”, diz.

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“O inquérito serve justamente para isso: investigar os fatos e fazer o levantamento de provas, com todas as testemunhas. É um caso delicado, então precisa ser uma coisa cuidadosa, porque é um crime muito grave e existem pessoas envolvidas -tanto da parte das supostas vítimas, quanto do suposto autor. Temos que fazer um trabalho minucioso para que não haja dúvidas no inquérito”, acrescenta.

“Diz respeito à vida de uma pessoa, e à possibilidade de ela ser presa. Em caso de violência real, mesmo passado tanto tempo, ele pode ser condenado. Nós temos que ter certeza absoluta, seguir uma linha de muita legalidade, sem levar para o lado emocional. Mas as testemunhas estão nos dando os subsídios que precisamos”, completa.

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No meio do percurso da investigação, uma nova suposta vítima apareceu acusando Prior de estupro. Apesar de não ter sido ouvida -a vítima mora fora no Brasil-, sua alegação foi anexada ao inquérito para conhecimento da Justiça. Assim como as outras três vítimas, que tem os nomes protegidos por lei e não podem ser revelados. “Se eles tiverem interesse em intimar essa pessoa, que ela venha ao Brasil ou algo assim, cabe à Justiça. Para mim, são três vítimas apenas”, diz Novaes.