O delegado Daniel Garcia, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), vai entregar ainda esta semana à Justiça o inquérito da Operação Dupla Face, que levou membros do primeiro escalão da prefeitura de Itajaí à prisão e obrigou o prefeito Jandir Bellini (PP) a uma reforma administrativa improvisada, com substituições de nomes à frente de algumas das principais pastas.

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O relatório do inquérito tem mais de 2, 3 mil páginas e inclui, além dos fatos apurados quando deflagrada a operação, em 24 de agosto – criação de dificuldades para “venda” de facilidades em órgãos públicos – uma série de novas denúncias que foram apresentadas ao Gaeco no decorrer da investigação. Algumas delas, levadas espontaneamente por cidadãos ao conhecimento da polícia.

O resultado foi que a operação, que tinha previsão de conclusão de inquérito em 30 dias, acabou se estendendo e gerando outras duas fases, o que elevou para 15 o número de pessoas detidas em razão das investigações e tornou a Dupla Face a maior ação já feita pelo Gaeco Itajaí.

Nos últimos dois meses o delegado ouviu 117 pessoas e há uma quantidade ainda não mensurada de papéis apreendidos. São documentos retirados de casas e escritórios dos investigados, além das secretarias municipais de Urbanismo, Fazenda e Segurança. Grande parte dessa papelada inclui plantas e projetos aprovados na cidade.

Para dar conta da análise, o Gaeco Itajaí contou com a ajuda providencial do Centro de Apoio Operacional do Ministério Público, em Florianópolis. Com a soltura do vereador Afonso Arruda (PMDB), há cerca de 10 dias, não há mais presos em decorrência da operação. O motivo da soltura, aliás, foi o prazo estendido para conclusão do inquérito. A expectativa, agora, é pelo número de pessoas que serão indiciadas no inquérito e os crimes em que cada uma delas será enquadrada pela polícia.

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