Um inquérito da Polícia Civil de Camboriú concluiu que a Polícia Militar da cidade teria forjado provas e matado uma pessoa inocente sugerindo confronto com um assaltante em janeiro deste ano.
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De acordo com o documento, o pedreiro Valdir Alves da Rosa, de 47 anos, morreu baleado por policiais militares na varanda da própria casa na madrugada de 25 de janeiro desse ano. Na época, a PM argumentou que ele estava em fuga, após ter assaltado uma casa e que teria sido baleado durante confronto com os soldados, junto com outros suspeitos.
A família contestava a versão dos policiais militares e alega que Valdir estava dormindo na varanda porque tinha chegado bêbado em casa e que ele era alcoólatra. Além disso, ele não tinha antecedentes criminais. Agora, a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso e confirmou que ele teria sido confundido com um assaltante.
A delegada responsável pela investigação, Mardjoli Adorian Valcareggi não quis conceder entrevista. A equipe da RBS TV teve acesso ao inquérito concluído por ela no dia 6 de julho. No texto, a delegada diz que é duvidosa a forma com que o revólver foi “perfeitamente encontrado na mão direita de Valdir”, existindo fortes indícios de que tenha sido colocado lá.
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Um laudo anexado em outro inquérito, feito pela própria Polícia Militar, mostra que Valdir estava com quase 14 decigramas de álcool por litro de sangue — com 0,6 a pessoa já está visivelmente embriagada.
PM se recusou a entregar armas
Durante o inquérito, a Polícia Civil solicitou à PM que entregasse as armas usadas pelos na ação. O objetivo era fazer uma perícia pra identificar qual dos policiais atirou em Valdir para indiciá-lo também por homicídio. Mas a corporação se negou a entregar. Agora, esse pedido foi enviado pra Justiça.
O comando da PM diz que não entregou as armas porque segundo a Constituição, só a Polícia Militar pode investigar crimes militares, e ainda afirma que Valdir estava armado.
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O advogado da família de Valdir, Samuel Barscher, diz que vai pedir indenização na justiça. A esposa, Claudia Camargo dos Santos, ainda guarda os cartões com declarações de amor feitas pelo marido para mostrar o carinho que ele tinha pela família.