A partir de hoje, o AN traz entrevistas com os prefeitos de cidades da região Norte, veiculadas no Jornal do Almoço, da NSC TV. A série vai até a próxima segunda-feira e trata das prioridades dos municípios para os dois últimos anos de mandato. O primeiro entrevistado é Udo Döhler (MDB), de Joinville. Também serão ouvidos Antídio Lunelli (MDB) de Jaraguá do Sul), Magno Bollmann (PP) de São Bento do Sul, Clenilton Carlos Pereira (PSDB) de Araquari e Renato Gama Lobo (PSD) de São Francisco do Sul).
Continua depois da publicidade
QUAL É A PRIORIDADE PARA 2019?
No nosso primeiro mandato, focamos todas as nossas atenções para sanear as finanças do município e investir mais fortemente na saúde e na educação, e assim melhorar o processo de gestão. Nos dois próximos anos nós investiremos fortemente na inovação e na infraestrutura, preparando a cidade para essas próximas décadas.
Continua depois da publicidade
A CIDADE NÃO ESTÁ PRECISANDO DE UMA RESPOSTA MELHOR DA PREFEITURA EM RELAÇÃO A MANUTENÇÃO DAS VIAS?
Isso está em curso. Em 2014, nós percebemos que o sistema viário envelheceu, o asfalto não foi adequado e isso nos obrigou a buscar o financiamento de R$ 20 milhões junto ao Badesc. Isso nos permitiu a recuperação de umas tantas vias. Estamos investindo agora R$ 60 milhões em um financiamento que obtivemos junto ao Banco do Brasil, que vão nos permitir a recuperação de 209 ruas. Além disso, já estamos procurando um novo financiamento da ordem de R$ 60 milhões. Isso então nos permitirá um avanço muito importante na recuperação das vias existentes.
ESSES R$ 60 MILHÕES SERÃO O SUFICIENTE PARA ATENDER TODA A CIDADE?
Os R$ 60 milhões nos permitirão a recuperação dessas vias que mencionei. Nós já estamos procurando um segundo financiamento porque temos capacidade de endividamento e, mais do que isso, capacidade de pagamento para buscar um financiamento. Aí sim nós estaremos dando uma avanço muito importante e resolvendo de vez essa questão dos buracos que tanto nos incomodam. Hoje, abre o buraco em uma determinada via, ele é consertado e reabre um novo um metro mais adiante porque o asfalto foi consumido ao longo do tempo.
O SENHOR JÁ TEM UMA DECISÃO SOBRE A REVISÃO DA TARIFA DE ESGOTO?
Nós ainda não recebemos o laudo técnico da Arie – agência reguladora. Isso deve acontecer nos próximos dias e examinaremos essa questão com todo o cuidado. Também ouviremos mais uma vez a população. O que acontece hoje é que a água está subsidiando o esgoto. Ou seja, quem mora na parte mais distante do Centro está pagando uma conta que não lhe é devida porque o esgoto está sendo subsidiado pela conta da água. O que se busca é uma equalização para que a gente possa avançar no esgoto na periferia da cidade. No Centro, isso já aconteceu. Esse recurso se destina apenas para que a gente possa ampliar nossa rede de esgoto, que hoje é insuficiente. Ela alcança apenas um terço da nossa população.
EM QUANTO O TEMPO O SENHOR PRETENDE TER UMA DEFINIÇÃO EM RELAÇÃO A ISSO?
Assim que nós tivermos esse laudo técnico concluído, dentro do mês de fevereiro teremos essa decisão. Ela será cuidadosa para que nós possamos avançar mais fortemente com a implantação de esgoto e, com isso, melhorar as condições de saúde da cidade.
Continua depois da publicidade
COMO PREFEITO DE JOINVILLE, QUAL A EXPECTATIVA EM RELAÇÃO AO GOVERNO BOLSONARO (PSL)?
É uma nova oportunidade que está aí pela frente. O clientelismo político hoje corre o risco de diminuir de tamanho e isso é bom para o país. Isso baixa a taxa de corrupção e permite com que o país recupere a credibilidade no exterior. Existe dinheiro sobrando no mundo, mas ele não vem ao Brasil por falta de insegurança jurídica e instabilidade política que todos nós assistimos no dia a dia.
QUAL A EXPECTATIVA DO SENHOR EM RELAÇÃO AO GOVERNO ESTADUAL? O SENHOR JÁ SE REUNIU COM O GOVERNADOR CARLOS MOISÉS?
Estivemos com o governador Moisés. Apresentamos essa questão da infraestrutura, que é prioridade para o município. Os nossos pleitos foram positivamente acolhidos. Na mesma semana, recebemos a visita do secretário de saúde. No início de março, provavelmente o governador estará conosco novamente e detalharemos nossas outras ações. No dia a dia, estamos conversando com o Estado das demandas do município e elas estão sendo recebidas positivamente. Nossa expectativa é de que tenhamos boas notícias nos próximos meses.
TEM ALGUMA DEMANDA MAIS PRIORITÁRIA EM RELAÇÃO AO GOVERNO DO ESTADO?
São duas demandas. Uma delas voltadas a infraestrutura. Nós temos vias estruturantes, como a Edgar Meister, a Dieter Schmidt e a Dona Francisca, localizadas junto ao Distrito Industrial. Também temos um socorro que o Estado nos deve para a saúde. Hoje, nós comprometemos quase 39% do nosso orçamento com a saúde. Isso é injusto e perverso. Estamos atendendo hoje a média e a alta complexidade que é um compromisso do Estado. Tivemos a possibilidade de mencionar isso ao secretário da saúde, que ficou sensibilizado com esse quadro.
Continua depois da publicidade
EM SETEMBRO DESTE ANO, A CIDADE COMPLETA SEIS ANOS SEM O ESTACIONAMENTO ROTATIVO EM JOINVILLE. QUANDO TEREMOS O RETORNO?
Vamos implantar um sistema inovador em que o estacionamento rotativo não será cobrado. O software está contratado através do Denatran, já dispomos dessa ferramenta e a nossa expectativa é de que na primeira quinzena de março já possa estar funcionando.
O TRANSPORTE COLETIVO É APONTADO COMO PRIORIDADE, MAS O NÚMERO DE PASSAGEIROS VEM CAINDO ANO A ANO. ESSA TENDÊNCIA É IRREVERSÍVEL NA CIDADE?
O transporte coletivo passa por duas revisões. Primeiro que o número de passageiros vem diminuindo porque a tarifa é cara. Esse espaço está sendo ocupado pelas vans e isso acaba congestionando a cidade cada vez mais. É preciso que a gente avance um pouco mais com os corredores de ônibus e termos o cuidado em fazer com que as tarifas sejam ajustadas no sentido de estimular o uso maior do transporte coletivo. Isso já aconteceu neste ano, em que a revisão da tarifa ficou em quase metade da inflação. Durante o ano, ainda vamos examinar outras medidas que passem a estimular o transporte coletivo. Os ônibus começam a ser climatizados. 15% da frota já estão totalmente climatizados. E o que nós tivermos maior número de passageiros usando o transporte coletivo, cai a tarifa.
Continua depois da publicidade
Confira a entrevista completa do prefeito no Jornal do Almoço