O Brasil é reconhecido internacionalmente não apenas por dispor de abundantes recursos naturais e produção manufatureira, mas por um setor de Tecnologia da Informação (TI) sofisticado e inovador, com crescimento acelerado e alta geração de empregos. Com crescimento de 11% em 2011, o setor alcançou faturamento de US$ 103 bilhões, passou a responder por 4,4% do PIB brasileiro e se consolidou como o sétimo maior mercado de tecnologia do mundo.
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Mas a indústria brasileira de TI deveria – e poderia – ser maior, já que possui porte, conhecimento técnico e capacidade inovadora suficiente para alcançar a representatividade de 6% a 7% do PIB, observada em países desenvolvidos. Referência em diversos segmentos, como serviços financeiros, governo eletrônico, agricultura e petróleo e gás, o mercado ainda possui potencial de desenvolvimento de soluções tecnológicas em diversas áreas, como saúde, educação, segurança, transparência e eficiência governamental.
Os empreendedores brasileiros podem encontrar no setor de TI oportunidades para inovar e desenvolver novas soluções que contribuam com o desenvolvimento socioeconômico, competitividade e produtividade da economia nacional. Com a inserção de 52 milhões de brasileiros na classe C nos próximos dez anos, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), novas demandas, que não poderão ser atendidas pelas soluções tradicionais, surgirão em áreas como saúde e educação.
A universalização do sistema de saúde para atender à nova classe média é apoiada no desenvolvimento de soluções de diagnóstico, tratamento, monitoramento e comunicação remotos, otimizando os recursos hoje disponíveis por meio de celulares, tablets e notebooks. A tecnologia ainda pode proporcionar o compartilhamento de informações médicas e a comunicação entre profissionais da saúde e pacientes a distância e em tempo real.
A tecnologia é um importante instrumento para o desenvolvimento de educação de qualidade, que alcance melhores indicadores internacionais. Como ferramenta para acelerar o aprendizado, TI pode ir além da educação a distância, mas oferecer instrução direcionada e individualizada e integrar alunos e professores. Existe espaço, por exemplo, para o desenvolvimento de soluções que acompanhem o progresso de alunos, disponibilizem conteúdo digital e integrem diferentes mídias de maneira interativa.
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No setor público, há potencial de aplicação de tecnologia da informação no oferecimento de serviços aos cidadãos e às empresas, na eficiência do estado e na prestação de contas públicas. Alguns exemplos práticos de iniciativas que podem ser desenvolvidas são portais integrados para desburocratização de serviços governamentais; modernização e formalização de processos governamentais; e portais com indicadores-chave em níveis federal, estadual e municipal.
O país ainda não possui ecossistemas dinâmicos de inovação e empreendedorismo, como Silicon Valley (Califórnia) ou Silicon Alley (Boston). No entanto, diversos avanços são observados na disponibilidade de capital de risco e na integração entre academia e setores público e privado. Esse progresso, unido ao momento favorável do mercado nacional de tecnologia e ao talento criativo do brasileiro, fomenta o sucesso de novos empreendedores. Com a meta de tornar o Brasil um dos cinco principais centros de TI ao final desta década, a Brasscom e a McKinsey estão desenvolvendo o plano estratégico “Brasil TIC 2022”, em que ações inovadoras e empreendedoras são peças-chave.