A necessidade de investir em inovação para crescer e o desenvolvimento das empresas do Oeste catarinense foram tema do terceiro Painel Gestão de Valor 2017, realizado na noite da última quarta-feira, em Chapecó. O superintendente do BRDE Santa Catarina, Nelson Ronnie, Roberto Zagonel, presidente da Zagonel, Acari Menestrina, presidente da Gran Mestri e Volmir Meotti, líder da Indústria Dipães participaram do encontro.

Continua depois da publicidade

Ronnie foi o primeiro palestrante da noite. Ele demonstrou como o BRDE precisou ajustar mecanismos internos, como a política de garantias, juros e prazos, para ampliar as linhas de financiamento a empresas inovadoras. Desde que o plano foi criado, o BRDE já financiou R$ 435 milhões para negócios do Sul com características inovadoras — 43% dos recursos em SC.

— As empresas inovadoras são aquelas que enfrentam de forma melhor as crises. Investir em inovação é fundamental para que um negócio prospere — afirmou.

Em seguida, Roberto Zagonel apresentou a história de empreendedorismo da indústria que leva seu nome, a Zagonel, de Pinhalzinho. Filho de agricultores, ele decidiu buscar uma formação técnica como eletricista quando jovem e tinha o sonho de empreender. Um colega de pensão reclamou da pressão do chuveiro, e Zagonel tratou de inventar um equipamento novo, que resolvesse o problema. Estavam ali as bases da empresa, que foi a primeira a lançar uma ducha elétrica nacional. Hoje, a Zagonel investe em tecnologia de chuveiros touch, além de uma extensa linha iluminação, e vê o futuro com equipamentos ligados a redes, na esteira da internet das coisas.

— Às vezes, precisamos deixar os problemas de lado e trabalhar. Investir em gestão e perseguir excelência — defendeu Zagonel.

Continua depois da publicidade

Bacia leiteira Catarinense e inovação com pães

Acari Menestrina, presidente da indústria de queijos Gran Mestri, de Guaraciaba, foi o terceiro a falar. O homem que diz que tem leite correndo nas veias e queijo no coração contou a saga como extensionista rural que ajudou a implementar a bacia leiteira em Santa Catarina. Hoje, o setor movimenta R$ 4 milhões de ano no Estado e 80 mil famílias estão ligadas à atividade.

Menestrina buscou na Itália processos e equipamentos para construir a fábrica da Gran Mestri. Para ele, é necessário perseguir a perfeição e o seu objetivo é ser a melhor empresa do país em queijos diferenciados.

— Eu tenho 40 anos de experiência no ramo leiteiro e acho que hoje estou pronto. No entanto, o passado não garante o futuro e é preciso sempre ir além, buscar a excelência em cada etapa — afirmou.

Volmir Meotti, diretor da Dipães, que tem sede em Paraíso, contou como trabalhou para transformar o pequeno mercado da família em uma indústria de 200 funcionários que hoje atende os três Estados do Sul. A empresa começou a ganhar relevância com uma receita de pão francês que substituía o trigo por fécula de batata em um momento em que o grão atingia altos preços internacionais. Mais tarde, a empresa desenvolveu linhas de pães congelados, além de produtos com adição de vitaminas.

Continua depois da publicidade

— Inovamos e decidimos investir em um segmento novo no Brasil, o de pães congelados. Por isso, buscamos referências no exterior, em feiras e outros mercados — disse.

Meotti defendeu a necessidade de estimular o empreendedorismo entre os jovens e afirmou que isso é determinante para o desenvolvimento do Estado e do país.

— Quem serão os empresários do futuro? — questionou.

O Painel Gestão de Valor 2017 realizou três encontros ao longo do ano. O primeiro, em Florianópolis, o segundo, em Capivari de Baixo, e o terceiro em Chapecó. O projeto é uma realização do Diário Catarinense em parceria com a Engie, patrocínio do BRDE e do Crea.

Leia mais notícias:

Empresas investem em projetos de responsabilidade social

Inovação e estratégias bem-sucedidas de negócio são temas do Gestão de Valor em Criciúma