Beto Aragon, DJ e dono de imobiliária há 20 anos em Jurerê, contabiliza, pelos próprios resultados e também pelo que tem conversado com empresários do bairro, uma queda de 20 a 40% no faturamento desse início de verão. Para o empresário, a queda está ligada a diversos fatores, entre eles o impasse em relação aos beach clubs, que só foram salvos, pelo menos para o período desse verão, no final de novembro.

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– O Réveillon sempre foi a nossa base, mas nesse ano o público mais top tomou outro rumo. Nossa expectativa é que haja uma compensação no resto do verão, incluindo o Carnaval. Diante da baixa, muitos proprietários estão mais flexíveis e aceitando alugueis por curtos períodos de três ou quatro dias para que as casas não fiquem fechadas.

Luciano Araújo, também proprietário de imobiliária no bairro, já fez suas contas: teve uma queda de 35% nos alugueis para o Réveillon, entre os 700 imóveis no Norte da Ilha que tem na carteira. Como os argentinos só estão chegando agora, o início da temporada, incluindo a virada do ano, não se salvou apenas com os brasileiros. Em compensação, há uma grande expectativa pela vinda dos hermanos.

– Aumentaram em 15% as buscas de imóveis por argentinos, mas por enquanto as efetivações seguem o mesmo ritmo do ano passado. A expectativa é que aumentem. Mesmo assim, falando do período todo do verão, a previsão é de queda no faturamento de cerca de 20% – alertou Luciano, que também chama a atenção para o aumento na procura por imóveis menores, por datas mais baratas, como fevereiro e até mesmo o Carnaval, que normalmente não tem o fluxo e nem os preços do Réveillon.

Há que se considerar nessa conta o aumento de outros meios de hospedagem, como o Airbnb, que ampliou em 300% a oferta de imovéis em Floripa nesse verão. Ou seja, a baixa sentida pelas imobiliárias talvez não necessariamente signifique a mesma redução no número de turistas.

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