Início de 2012 é o prazo final para adequação à nova regra sobre BPA em mamadeiras

Mamães antenadas já sabem que as mamadeiras fabricadas no Brasil ou importadas para uso no país não poderão mais conter a substância Bisfenol A (BPA) a partir do início de 2012. A resolução da Anvisa foi divulgada em setembro deste ano.

A decisão da está baseada em estudos recentes que apontam riscos decorrentes da exposição ao BPA, mesmo quando essa exposição ocorre em níveis inferiores aos que atualmente são considerados seguros. Apesar de não haver resultados conclusivos sobre o risco do Bisfenol A, a decisão da Anvisa atende ao princípio da precaução e busca proteger as crianças de 0 a 12 meses.

O bisfenol A é um polímero sintético utilizado na fabricação de certos plásticos e como revestimento interno de latas na forma de resina epóxi. Sua exposição já foi associada a problemas de saúde como diabetes, obesidade, infertilidade e câncer de mama e de próstata.

Hoje, dia 7 de dezembro, um projeto de lei do senador Gim Argello (PTB-DF), que trata do assunto, foi aprovado ela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e prevê que mamadeiras, bicos e chupetas que contenham a substância bisfenol A não poderão ser mais comercializados.

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Mamadeiras com BPA podem ser identificadas pelo número 7 dentro do triângulo de reciclagem, que indica outros plásticos incluindo o policarbonato ou pelas letras “PC”. No Brasil é comum encontrar a identificação do material utilizado para a fabricação da mamadeira na embalagem externa.

Pedimos às principais marcas brasileiras de produtos para alimentação infantil algumas sugestões de itens livres da substância. Kuka, Lillo, Nuk e Sanremo enviaram fotos de suas linhas, todas já adequadas à regulamentação determinada pela Anvisa.

:: Confira a galeria de produtos sem bisfenol: pratinhos, bicos e mamadeiras

Entrevista

Tiramos algumas dúvidas comuns sobre o assunto com a gerente de marketing Rosana Fiorelli, da Lillo:

DonnaZH Online – No Brasil, a partir de janeiro de 2012, os produtos infantis não poderão conter BPA. Quais itens que os pais devem adquirir sem Bisfenol-A partir do ano que vem?

Resposta – A migração do Bisfenol-A só acontece quando o plástico conhecido como policarbonato é submetido a grandes variações de temperatura, como, por exemplo, a esterilização. É importante lembrar que até hoje, em todos os estudos realizados, não houve comprovação de que a exposição ao BPA possa trazer malefícios. Portanto, como medida de precaução, sugerimos evitar a utilização de produtos que contenham BPA no acondicionamento de alimentos ou que possam ser levados à boca do bebê, tais como chupetas, mordedores, copos, talheres, pratos e recipientes para armazenamento.

DonnaZH Online – Como os pais podem ter certeza de que determinado produto novo realmente não tem o componente químico proibido?

Resposta – A forma mais segura de saber se o produto contém, ou não, Bisfenol-A é ler a composição na embalagem. O Bisfenol-A é um componente químico presente na matéria prima do plástico Policarbonato (conhecido como PC). Usava-se esse plástico na produção de grande parte das mamadeiras, chupetas e itens de alimentação. Hoje a maioria das indústrias de puericultura leve migrou para o Polipropileno (conhecido como PP), que não contém essa substância. Outras matérias primas que podem ser encontradas no mercado de puericultura leve, e que também são livres de Bisfenol-A são: Copolímero e TPE. É importante lembrar que estamos falando especificamente de plástico, ou seja, o silicone ou látex, por exemplo, não se encaixam nessa análise.

DonnaZH Online – O que os pais podem fazer com mamadeiras, colheres, pratos, etc já adquiridos antes da proibição?

Resposta – No caso de produtos que contenham Bisfenol-A, adquiridos antes da proibição, recomendamos que, após serem submetidos a choques de temperatura, sejam enxaguados em água corrente. Dessa forma, todo material que eventualmente possa ter migrado será eliminado. No caso de produtos que acondicionam alimentos, o enxágüe deve ser feito antes de o alimento ser transferido. É importante que o alimento já esteja na temperatura ideal para consumo, para que não haja necessidade de levá-lo ao microondas ou banho-maria dentro do recipiente que contém a substância.

SAIBA MAIS

Para reduzir a exposição ao BPA especialistas fazem as seguintes recomendações:

? Compre alimentos frescos sempre que possível.

? Considere alternativas aos alimentos e bebidas enlatados.

? Use recipientes de vidro quando for aquecer alimentos no micro-ondas.