Ao chegar em Braunschweig, no Centro-Norte da Alemanha, é possível se perguntar se a cidade realmente tem 250 mil habitantes. A calmaria toma conta lugar, que tem a economia voltada principalmente à indústria automotiva e à biotecnologia.
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Com parques espalhados por todo o município, pessoas tomam conta dos espaços verdes para fazer de tudo um pouco: uns caminham, outros correm, alguns namoram, fazem abdominais. Há até quem se arrisque a lavar roupa em uma fonte sombreada pelo Obelisco. Em bosques mais afastados da região central, não é difícil ver pessoas completamente nuas encostadas em árvores lendo um livro, ou simplesmente aproveitando o ócio.
O que hoje é uma cidade do tamanho de São José, na Grande Florianópolis, mas com a quietude de uma Timbó, já teve ares muito mais agitados. Na Burgplatz, região histórica onde prédios remetem aos tempos medievais e leões imperam no centro da principal praça, pulsou no passado um lugar de protagonismos econômicos, intelectuais e artísticos.
E foi nesse contexto que Hermann Blumenau se mudou para a cidade grande, em 1834. Então com 14 anos, o jovem vinha de Hasselfelde com problemas como a surdez parcial e a miopia – dos quais reclamaria constantentemente até o fim da vida. Ali chegou para estudar no ginásio, o que hoje seria o ensino médio.

O colégio era o Martinum-Katharineum, um dos mais importantes do ducado. Hermann Blumenau só conseguiu ingressar por lá graças aos ensinamentos recebidos quanto fez a preparação com o pastor Götting, na pequena Schöppenstedt, antes de ter de lidar com a doença.
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A escola, inclusive, existe até hoje. Lá estudaram pessoas importantes para a Alemanha, como August Heinrich Hoffmann von Fallersleben, autor da letra da música que hoje é o hino nacional alemão. No local as três palavras que regem os princípios do ensinamento.
– Virtude, humanidade e piedade – explica Jens Büngener, diretor da Martinum-Katharineum, colégio que hoje ocupa um lugar diferente daquele da época de Hermann Blumenau.
Pai de Blumenau pediu interrupção dos estudos
A estadia de Hermann Blumenau em Braunschweig durou pouco tempo. Isso porque o pai, Karl, não queria ser injusto com os demais filhos, já que apenas o jovem, então com 16 anos, estava estudando. O adolescente deixou a cidade grande e foi morar na pequena Blankenburg, lugar em que se tornaria aprendiz de farmacêutico.
O vilarejo fica bem perto de Hasselfelde e com suas casas aconchegantes é um refúgio para o sossego até os dias atuais. O castelo, construído há quase mil anos, serve como uma fortaleza à região rodeada por montanhas na região do Harz, onde ruelas com pequenos edifícios colados uns nos outros e encimados por telhados exageradamente inclinados são a marca.
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Em Blankenburg, Blumenau passou a ser orientado pelo botânico Hampe e começou a atuar na profissão que marcaria boa parte da vida e que seria o tema da tese de doutorado. Mas por lá, assim como ocorreu em Braunschweig, ele não conseguiu ficar por muito tempo.
Logo depois de começar o aprendizado, pôs a mochila nas costas e enfrentou a viagem até Erfurt, cidade que era considerada uma potência farmacêutica da Alemanha. Ou seja: não havia lugar melhor para que o garoto, aos 18 anos, formasse o círculo social e começasse a construir a carreira profissional.
Podcast
Essa fase da vida de Hermann Blumenau você também pode conferir no segundo episódio da matéria que vai ao ar na Atlântida FM. Confira:
Onde fica Blankenburg
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