Está aberto o júri popular do 3º Prêmio RBS de Educação – Para entender o mundo. O concurso premiará iniciativas de jovens e educadores que desenvolvem projetos de mediação de leitura nas categorias Escola Pública, Escola Privada e Jovens Protagonistas.

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Foram 962 textos inscritos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Especialistas em educação definiram os 16 melhores projetos que vão agora à votação popular. Serão distribuídos R$ 156 mil entre oito vencedores e instituições de ensino.

De segunda até quarta-feira, o DC apresenta os finalistas nas três categorias em Santa Catarina. Além da escolha feita pelos internautas, o júri especializado vai eleger um vencedor para as categorias Escola Pública e Escola Privada.

:: Confira os finalistas do ensino público em SC:

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Como dar tempo ao tempo

O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem. O famoso trava-línguas foi a inspiração para que a professora Rosangela da Silveira criasse o projeto “Quanto tempo o tempo tem?”, em junho deste ano.

Com a ajuda de um bonecão de pano chamado Tales – inspirado no filósofo grego Tales de Mileto, um dos primeiros a pensar sobre o assunto -, Rosangela conversa sobre tópicos como passado e futuro, calendários e passagem do tempo com as crianças do segundo ano do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Coronel Antônio Lehmkuhl, em Águas Mornas, na Grande Florianópolis.

– A criança consegue entender todos esses conceitos, mas desde que seja bem explicado – explica.

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Do tamanho de uma criança de seis ou sete anos, o boneco Tales não apenas ajuda a professora na aula, mas empresta seu “quintal” para a turma. Ali, as crianças se sentam, conversam e leem histórias em grupo.

– O espaço foi todo criado para favorecer a leitura. É um lugar que as crianças ajudaram a construir, onde podemos parar para pensar – descreve Rosangela.

Das páginas para as telinhas

Se incentivar a leitura para crianças já é um desafio enorme, fazer o mesmo com jovens e adultos pode ser ainda maior. Determinada a ultrapassar essa barreira, a professora Josiane Teixeira, de Itajaí, desenvolveu o projeto “Curta Machado de Assis Com a Gente!”

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Com imagens, fantasias e narrativas históricas, os estudantes do Centro Educacional Pedro Rizzi conheceram não apenas o trabalho do escritor do século 19, mas também a realidade em que ele vivia, a forma com que se vestia, o vocabulário que usava e outros aspectos que aproximaram o clássico autor de seus novos leitores.

– Eles me questionavam sempre: “Ler para quê, professora? Ih, eu tenho vergonha de ler, não tenho tempo”. Por conta do trabalho ou responsabilidades com a família, por exemplo, eles acabam se distanciando da leitura, até por ver isso como como obrigação, e não como fonte de conhecimento – relata Josiane.

Passada essa etapa, chegou a hora de “tornar visível o texto até então invisível”, como diz Josiane. Após os estudantes desenvolverem curtas-metragens sobre o que leram nos livros, a ideia proliferou e acabou chegando a todos os alunos do centro educacional.

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Lendo a biografia de Machado, os alunos desenvolveram autobiografias. O resultado dos textos é o livro Tecendo sonhos – o retorno à sala de aula, que será lançado em março de 2016.

A leitura do texto e do contexto

Entender a literatura não se resume à leitura dos livros: é preciso também saber o que está por trás de cada obra e tentar se colocar no lugar do autor.

Para acender essa fagulha e gerar curiosidade nos pequenos, a professora Viviane de Carvalho, do Colégio de Aplicação da UFSC, desenvolveu com eles o projeto Maleta Catarina – uma iniciativa bastante peculiar que permite às crianças entrarem em contato com livros catarinenses, apresentarem as próprias interpretações e até baterem um papo com os autores.

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O trabalho se divide em três etapas: primeiro, as crianças de nove anos de idade recebem uma maleta enfeitada, com um livro e um avental dentro, e levam para ler com os pais em casa.

Depois, cada um apresenta para a sala o que entendeu da leitura. Ao final, os escritores dos livros visitam a escola e contam como fizeram para transformar uma ideia em uma história. O projeto teve duração de um mês e meio, sendo aplicado entre maio e junho deste ano.

– A ideia é transformar a leitura em algo prazeroso. Eles adquiram a vontade de aprender o que está por trás de um livro, estou certa de que vão se transformar em adultos leitores – comemora a professora.

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COMO VOTAR

? Acesse o site do prêmio: www.premiorbsdeeducacao.com.br/2015

? Assista aos vídeos e escolha o seu finalista preferido

? A votação vai até 28 de novembro, quando ocorre a solenidade de premiação em Porto Alegre (RS)

? Durante a cerimônia serão anunciados os vencedores eleitos tanto pelo voto de especialistas, quanto os escolhidos pelo público