Os mitos que por décadas povoam o imaginário do blumenauense serão colocados frente a frente com a história da região. Não que a existência de um exclua o outro, mas o grupo de trabalho formado pela Prefeitura de Blumenau pretende chegar o mais próximo possível do motivo da construção do túnel de aproximadamente 40 metros encontrado na Rua Presidente Johnn Kennedy, ao lado do Teatro Carlos Gomes. A primeira reunião da equipe multidisciplinar ocorreu na manhã desta terça-feira e depois disso os participantes puderam chegar mais perto de um dos acessos da passagem.
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A hipótese mais provável é que o túnel tenha servido na década de 1930 para escoamento de água pluvial e esgoto. O túnel seria ligado a outro existente na Rua 7 de Setembro e o sistema auxiliaria na drenagem da região no Centro da cidade. Essa possibilidade será estudada pela equipe que até o dia 29 de janeiro mergulha em uma pesquisa documental e histórica sobre o assunto.
Além disso, familiares de antigos moradores da região também serão ouvidos para relatarem sobre a existência ou não de um sistema de drenagem. As famílias Peters e Deeke seriam as primeiras a possuir o terreno na época.
Confira o vídeo feito pelo fotojornalista Patrick Rodrigues dentro do túnel:
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Ao final da investigação, que deve ser concluída em meados de fevereiro, um relatório será publicado com algumas informações, como as dimensões exatas da passagem, a finalidade e data de sua construção, o método construtivo e a relevância para a cultura e história da cidade.
– Estamos propondo uma pesquisa investigativa e multidisciplinar que nos auxilie na obtenção de respostas – disse o presidente da Fundação Cultural Sylvio Zimmermann Neto, que coordena o trabalho.
Mitos precisam ser levados em consideração
Na avaliação da historiadora pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Bárbara Canteri Lange, os mitos precisam ser levados em consideração, pois ditam atos da sociedade. No entanto, nesse caso, ela acredita que o fato falou mais alto que o mito:
– Essa descoberta não fez diferença para o mito. Para que fosse uma rota de fuga, seria preciso uma conexão com o teatro, o que não existe – disse a historiadora.
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A pesquisadora e arquivista Sueli Petry afirma que no passado cada proprietário de terras fazia o seu escoamento que era ligado em uma canalização principal, o que reforça a teoria principal sobre a finalidade do túnel.
– Essa lenda não vai cair. Temos uma geração que vai seguir comentando, mas as evidências são outras – finaliza.