Onde quer que seja, o Cirque du Soleil encanta crianças e adultos. Depois de passar por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o mais popular circo do mundo estreou sexta-feira (30/03) em Recife o espetáculo Varekai.

Continua depois da publicidade

A deslumbrante produção que mistura acrobacias, o mito de Ícaro, malabarismos, cultura cigana e clown em um mundo fantástico chega a Porto Alegre para a preparação no dia 12 de julho. A primeira apresentação, no entanto, só acontece no dia 26 do mesmo mês.

Veja fotos de apresentação especial do Varekai para a imprensa, em 2011

A trupe vem para a capital gaúcha pela terceira vez, depois de já ter apresentado na cidade duas montagens: a exuberante Alegría, em 2008, e a dramática Quidam, em 2010. O circo será montado novamente no estacionamento do BarraShoppingSul para uma temporada de cinco semanas – as bilheterias estão localizadas no próprio shopping. Varekai – que na linguagem dos ciganos romenos significa “em qualquer lugar” – é o 14º espetáculo do Cirque du Soleil, companhia criada em 1984 em Montreal, no Canadá, mas que hoje é uma multinacional: são mais de 3,5 mil empregados em cerca de 40 países, com 15 produções apresentadas simultaneamente e lucro anual estimado em US$ 600 milhões. Escrito e dirigido por Dominic Champagne em 2002, Varekai retoma o clima mais fantasioso e solar que arrebatou os gaúchos em Alegría – e que tinha ficado em segundo plano em Quidam.

Varekai é alegre, colorido, com muita dança. Acho que tem mais a ver aqui com a América Latina – concorda a relações públicas da turnê, a venezuelana Cynthia Clemente.

Continua depois da publicidade

Pelo picadeiro, decorado por um cenário minimal mas extremamente funcional, passam 57 artistas encenando a história de um jovem que cai dos céus no meio de uma floresta localizada no cume de um vulcão, habitada por seres tão estranhos quanto fascinantes.

– O personagem é baseado em Ícaro (na mitologia grega, o homem que tentou voar com asas artificiais e despencou do alto quando o sol derreteu a cera utilizada para fixar as asas). Ele cai nesse lugar mágico, entre criaturas que parecem lagartos e pássaros. A história é inspiradora: ele quebra as asas quando cai e precisa então aprender a andar e também a se descobrir. Todos os acrobatas mostram a ele algo que ele pode explorar. Espero que a plateia também sinta que seus sonhos são possíveis – disse a Zero Hora a canadense Sheryl Lynne Valensky, diretora artística de Varekai, acrescentando:

– Hoje, com toda essa tecnologia, passamos o tempo todo teclando no celular e esquecemos de cuidar do nosso corpo e da nossa mente, esquecemos de socializar. O Cirque du Soleil investe na criatividade e na simplicidade para nos lembrar que não podemos deixar de sonhar.

Uma família do mundo

O Cirque du Soleil é uma cidade ambulante que pesa mil toneladas e se desloca em 65 caminhões.

Os habitantes desse acampamento cigano – uma das referências do espetáculo Varekai – são artistas do mundo todo.

Continua depois da publicidade

Em Varekai, a companhia canadense colocou sua reconhecida competência técnica a serviço de uma cenografia simples e eficiente, formada no chão por uma floresta dourada com mais de 300 mastros-árvores – que podem ser escalados – e por uma escada-passarela de 30 metros que cruza o palco pelo alto. Por esse ambiente é que circulam personagens como o homem que instiga Ícaro a se levantar mostrando sua habilidade com um par de muletas – interpretado por um dos brasileiros da trupe, o carioca Raphael Botelho Nepomuceno. Como sempre nas montagens do Cirque du Soleil, o humor ganha destaque em meio a acrobacias e malabarismos.

– Todo show tem seus clowns. O clown é uma forma de arte, e é importante para nós que, além de fazer rir, eles também tenham alma. Eles envolvem o público, e as pessoas simplesmente enlouquecem com eles – disse a Zero Hora a empolgada diretora artística Sheryl Lynne Valensky.

O povo gosta de rir no circo – mas também de perder o fôlego. O número final de Varekai hipnotiza a plateia com 15 acrobatas voando pelos ares da tenda de 17 metros de altura, propulsionados por um par de pêndulos chamados de balanços russos.

– Comecei com nove anos e desde os 16 sou profissional. É legal trabalhar na estrada. Você fica longe da família e dos amigos, mas conhece o mundo. E, quando estou em turnê, fico livre, sem namorado – brinca a bela sul-africana Chantal Nell, 30 anos, que divide um número no trapézio com mais três garotas, incluindo a outra brasileira do espetáculo, a santista Michele Ramos.

Continua depois da publicidade

* Roger Lerina viajou a convite da T4F

Esta será a terceira vez que o célebre circo canadense visita a Capital. Em 2008, a trupe veio com a montagem Alegría; no ano passado, o grupo apresentou por aqui o espetáculo Quidam. Veja uma galeria de fotos comentada pelo fotógrafo Júlio Cordeiro:

SERVIÇO – VAREKAI

> De 26 de julho a 26 de agosto.

> Estacionamento do BarraShoppingSul (Diário de Notícias, 300), em Porto Alegre.

> Ingressos: R$ 140 (Setor 3), R$ 250 (Setor 2), R$ 340 (Setor 1) e R$ 370 (Setor Premium) – para as apresentações de terça, quarta e quinta, às 21h, e domingo, às 20h – e R$ 150 (Setor 3), R$ 260 (Setor 2), R$ 360 (Setor 3) e R$ 395 (Setor Premium) – para as apresentações de sexta, às 21h, sábado, às 17h e às 21h, e domingo, às 16h. > Pontos de venda: bilheteria do BarraShoppingSul (Diário de Notícias, 300, nível jockey, portaria E), de segunda a sábado, das 11h às 23h, e domingo e feriado, das 14h às 20h; Fnac do BarraShopping Sul; e loja My Ticket na Andradas, 1.425 (de segunda a sexta, das 9h às 15h e das 16h às 18h, e sábado, das 9h às 14h). Pelo fone 4003-5588 e pelo site www.ticketsforfun.com.br, há cobrança de taxas.