Uma notícia boa e outra nem tanto: a boa é que, enfim, começa neste domingo, às 20 horas, no grande teatro da Sociedade Cultura Artística (Scar), o Festival da Música de Santa Catarina (Femusc). A notícia ruim, para os amantes da arte, é que não há mais ingressos para a abertura.

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No Centro Cultural, a sexta-feira ganhou novos integrantes para o intenso movimento da semana que antecede o 9º Femusc. Além de técnicos, da equipe de organização e dos músicos e alunos que transitam pelo espaço, o público chegou em peso à portaria da Scar, em busca dos ingressos para a noite de abertura. Eram 7h30 da manhã e uma fila já estava formada em frente à porta, aguardando a abertura do local. Às 13h30, todos os ingressos haviam sido distribuídos, lotando os mil lugares.

– A todo instante, vem alguém aqui solicitar ingressos – conta Neusa Schulz Stange, auxiliar administrativa da Scar que é responsável pela distribuição das entradas.

Maria Conceição Silveira é uma das espectadoras que garantiram entradas ainda pela manhã. Voluntária na segunda e na terceira edições do festival, ela assiste aos concertos a cada ano. Sempre que possível, familiares a acompanham.

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– Gosto de apreciar, faz bem para a alma – comenta ela.

Katiuscia Emanuela de Souza também não perdeu tempo. Acompanhada do filho Eduardo Felipe Koch, de nove anos, ela garantiu os ingressos da família. Além de apreciar a apresentação, ela deseja levar o filho para seu primeiro grande concerto ao vivo. A expectativa do menino é evidente. Aspirante a músico, ele observava todos os detalhes do saguão de entrada, visualizando em um cartaz o instrumento que deseja aprender a tocar.

– Depois do festival, quero inscrevê-lo nos projetos do Femusc. Ele canta e quer fazer aulas de violão – conta a mãe.

Patrocinadores homenageados

Quem acompanhar a noite de abertura do festival terá à disposição uma formação inédita. Após um duo de harpas das solistas Rita Costanzi (EUA) e Marcela Mendez (Argentina), tocando composições de Astor Piazzolla e Juan José Ramos, 36 pianistas sobem ao palco simultaneamente. Eles interpretam a Marcha Militar, de Franz Schubert, e Scaramouche, de Darius Milhaud. A escolha do repertório traz consigo mais que o desafio de obras de difícil execução: o contexto da cidade e das composições foi levado em conta.

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– A Marcha é uma delícia de ouvir e tem muito a ver com a germanidade da região – destaca o diretor artístico do festival, Alex Klein.

Já Scaramouche é uma valorização à autoestima do Brasil. Seu terceiro movimento, conhecido pelo nome Brasileira, é resultado do encanto do compositor com o País, no qual viveu de 1917 a 1919 e que influenciou muitas de suas composições.

A interpretação das peças a mais de 70 mãos também é uma forma de agradecimento aos patrocinadores do evento, responsáveis pela doação dos instrumentos. Para Klein, esta é um modo de valorizar o amplo apoio do empresariado local, além de ofertar um presente aos jaraguaenses, que têm a oportunidade de contemplar grandes nomes da música erudita no palco, de forma gratuita.

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Telões

Neste ano, mesmo quem não conseguiu ingressos terá a chance de observar a transmissão dos concertos. Dois telões, instalados no pequeno teatro e na sala 201, farão a transmissão simultânea dos espetáculos. Na sala 201, cabem cerca de 50 pessoas, enquanto o pequeno teatro abriga até 350 espectadores. Com base na lotação do grande teatro em outras edições, a organização espera casa cheia, mesmo nos espaços reservados aos telões.