Um homem de 24 anos foi condenado à prisão perpétua nesta quinta-feira por um tribunal britânico pelo assassinato de um iraniano portador de necessidades especiais que havia sido acusado falsamente de pedofilia pelos vizinhos.

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Lee James espancou Bijan Ebrahimi até a morte, chutando o rosto da vítima como se desse chutes “numa bola de futebol”, segundo ele, no último 14 de julho em Brislington, arredores da cidade inglesa de Bristol.

Em seguida, James e um amigo atearam fogo ao cadáver. O comparsa pegou quatro anos de prisão.

– Eu estava com muito ódio – explicou James à polícia após o assassinato. O iraniano se tornou alvo de seus vizinhos desde sua chegada à Grã-Bretanha.

Constantemente assediado e zombado, Ebrahimi se sentia tão perseguido que fotografava e filmava seus vizinhos para juntar provas de comportamento hostil, informou o juiz Peregrine Simon, do tribunal de Bristol.

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Três dias antes de ser espancado, ele havia sido preso pela polícia após uma queixa de diversos vizinhos que o acusavam de filmar seus filhos. Não tendo encontrado nada de suspeito em sua câmera, nem em seu computador, os policiais o libertaram rapidamente.

Mas os vizinhos, alguns deles “encorajados pelo consumo de álcool”, continuavam acreditando que tinham um pedófilo entre eles, mesmo que “nada justificasse tal afirmação”, insistiu o juiz.

Até o momento em que Lee James, pai de três crianças pequenas e um histórico de violência conjugal, decidiu “fazer justiça com suas próprias mãos”.

Sua condenação foi comemorada pela família de Ebrahimi, que no entanto continua questionando o papel da polícia, acionada diversas vezes pela vítima nas 48 horas que antecederam o crime.

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