Infraestrutura foi o ponto de destaque na passagem do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por Santa Catarina neste sábado. Pela manhã, o ministro esteve em Florianópolis e pouco depois do meio-dia desembarcou em Joinville para um almoço com 100 empresários da região Norte, organizado pela Associação Empresarial de Joinville (Acij).
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O encontro teve a presença também do governador Raimundo Colombo, de secretários estaduais, políticos e do prefeito de Joinville, Udo Döhler. Durante a tarde o ministro visitou empresas da região, como Whirlpool e Embraco.
Levy afirmou que já está conversando com o governador a respeito de um plano de infraestrutura para Santa Catarina.
– A região de Joinville tem quatro portos, uma das maiores concentrações do Brasil, é preciso facilitar o acesso à carga. Baixar o custo do centro de produção até o embarque é um desafio que o governo federal quer fazer com o Estado e com o setor privado – afirmou aos jornalistas pouco antes do almoço.
Segundo ele, fazer a convergência do ICMS para uma alíquota mais no destino vai destravar o investimento e ajudar o País a voltar a crescer.
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O ministro também reforçou a necessidade do ajuste fiscal e de se fazer um planejamento compatível com os recursos, o que significa cortar gastos em alguns casos, afirmou.
– Vamos evitar ao máximo a aumento de impostos, mas onde há mais gastos temos que ter uma maneira de financiá-los – complementou.
Para o governador Raimundo Colombo, o processo de facilitar obras de rodovias e diminuir os custos interessa ao Estado e é prioridade na conversa com o ministro. A BR-280 faz parte do processo de ajuste, disse o governador, sem dar detalhes. Ele também destacou que os recursos para Santa Catarina estão mantidos.
O encontro com os empresários não tinha uma pauta definida, mas o primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Mário Cezar de Aguiar, adiantou que o empresariado cobra posições do governo sobre temas importantes para o setor.
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– Temos uma carga tributária elevada, legislação tabalhista antiquada, penalizadora e onerosa, corrupção. A infraestrutura não nos dá competitividade. A indústria está exaurida na capacidade de melhorar a sua competitividade – afirmou.
Um dos empresários presentes no almoço, o presidente da Whirlpool na América Latina, João Carlos Brega, afirmou estar honrado com a oportunidade de mostrar a força da indústria catarinense para o ministro.
– O papel do governo é entender da sociedade qual a vocação do País, em termos de desenvolvimento, e propiciar as políticas e os incentivos para direcionar a nação nesse sentido, com investimento em tecnologia para produtos manufaturados, não só matéria-prima, investimentos em educação, em infraestrutura, parceria público-privada, uma visão de longo prazo que permita às empresas investir nessa direção, além de oferecer segurança e estabilidade – analisou o executivo.