Cultura de prevenção, informação na hora certa, operação das barragens do Alto Vale e do dique da Fortaleza e obras pontuais foram essenciais para as consequências da cheia do Itajaí-Açu serem minimizadas em Blumenau. Mesmo com o rio alcançando 10,03 metros e 142 ocorrências registradas entre quarta a sexta-feira pela Defesa Civil, nenhum morador ficou ferido e não houve grandes perdas, com exceção do deslizamento da Nova Rússia.

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O secretário municipal de Defesa do Cidadão, Marcelo Schrubbe, avalia que a comunidade está aprendendo a lidar com um fenômeno da natureza que é tão recorrente no Vale. Com informações sobre as previsões de chuva e do nível do rio, os blumenauenses souberam agir na hora certa:

– Esse trabalho não começou hoje e vem sendo intensificado. Houve 80 deslizamentos, duas desses de grande porte e ninguém ficou ferido. Isso ocorreu porque tiramos as pessoas na hora certa e elas já sabiam o que fazer e como fazer. Estamos conseguindo dar à população a informação com a segurança que ela precisa em um tempo hábil.

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Segundo Schrubbe, uma série de fatores colaborou para os danos serem os menores possíveis em uma enchente de 10 metros, considerada média para o município. Entre eles, a previsão de chuva do Alertablu e a do nível dos rios do Centro de Operação do Sistema de Alerta do Itajaí-Açu (Ceops) e o conhecimento técnico da Defesa Civil durante a operação das barragens do Alto Vale, que possibilitou que as águas escoassem no tempo certo. Schrubbe ainda destaca as obras de macrodrenagem e desassoreamento nos ribeirões e a eficácia do dique da Fortaleza, que depois de duas décadas ficou pronto no ano passado e passou pela primeira enchente, sendo acionado de forma recorrente há três semanas.

– Por anos pedimos que a obra ficasse pronta. A Fortaleza ficou livre de enchentes neste ano, mesmo com rio chegando a 10 metros, quando parte do bairro ficava debaixo d?água – comemorou o morador e presidente da Comissão de Defesa e Desenvolvimento do bairro Fortaleza, Anésio Kirchner.

Para o secretário de Estado de Defesa Civil, Milton Hobus, Blumenau é referência para o Brasil em relação à prevenção e na resposta pós-desastres climáticos. Segundo ele, o sistema das barragens na bacia do Itajaí-Açu evitou que as águas ultrapassassem os 10 metros:

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– As obras estruturantes estão mudando o perfil do Vale e do Estado nas situações de risco. Muitas famílias que eram atingidas agora têm tempo de procurar um abrigo, retirar seus móveis de se manter em segurança.