Viver em Florianópolis ficou ainda mais caro em junho. O Índice de Custo de Vida (ICV) de Florianópolis subiu 1,39% no mês, a maior alta desde dezembro de 2010, quando o aumento foi de 1,84%. Os aumentos de preços ao consumidor foram puxados principalmente pela alimentação.

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Em um mês, os acréscimos foram registrados em produtos como batata inglesa (41,35%), chuchu (26,11%), abóbora (17,27%) e vagem (10, 59%). Nos últimos seis meses, os alimentos in natura já acumulam alta de 17,9%. De acordo com o coordenador do cálculo do ICV/Udesc Esag, Hercílio Fernandes Neto, os números mostram que novos aumentos nos produtos de alimentação podem ser esperados no próximo mês.

— Houve aumentos grandes em junho em produtos como leite (25,28%) e farinha de trigo (7,98%) que são usados em outros alimentos, como pão de trigo (alta de 3,82%), que parece ainda não ter incorporado esses cursos — afirma Fernandes.

Ele lembra que o trigo, por exemplo, é muito sensível a variações do câmbio, e que houve alta do dólar em junho.

A chefe do Departamento de Ciências Econômicas da Udesc, Marianne Stampe, defende que alguns fatores impactam neste cenário. Um deles é que alguns alimentos estão na entressafra, como é o caso da batata inglesa. Com o produto mais escasso, o preço aumenta. Além disso, a paralisação dos caminhoneiros também pode ter influenciado:

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— A greve dos caminhoneiros acabou impactando no mês de junho, impactou toda economia. Teve desabastecimento de alguns produtos, acabaram ficando escassos e o preço sobe.

Marianne acrescenta que a tendência é que a inflação continue aumentando nos próximos levantamentos, o que faz parte de um cenário nacional. Com a incerteza diante das eleições, é esperado que o índice suba, por exemplo. Para os consumidores, a saída para driblar os aumentos é tentar trocar produtos:

— Uma sugestão é substituir a chuleta (7,4%) e a carne de frango (5,7%), que aumentaram, por costela suína (-3,7%) ou bovina (-1,2%) ou fígado (-2,5%), que tiveram queda no período, por exemplo — sugere a especialista.

Ela cita ainda que o serviço de lavanderia também teve alta (22,5%), o que poderia levar a tentar buscar outras alternativas, como lavar a roupa em casa.

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Nesses primeiros seis meses de 2018, o índice acumulado do aumento do custo de vida em Florianópolis é de 3,47%. O acumulado dos últimos 12 meses soma 4,51%, índice que já ultrapassa o centro da meta de inflação nacional estabelecido pelo Banco Central, de 4,5%.

Combustíveis

Junho também teve aceleração nos preços dos serviços públicos e de utilidade pública (1,82%) e uma variação menor (0,17%) nos serviços privados. Apenas no grupo dos produtos não alimentares houve redução (-0,14%), que inclui os combustíveis. Esse item, depois da alta provocada pela crise de desabastecimento em maio (5,36%), teve uma queda de 1,9% em junho.

Sobre o ICV/Udesc Esag

O Índice de Custo de Vida de Florianópolis é calculado há 50 anos, desde julho de 1968, pela Udesc Esag. Reflete a variação de preços incidentes sobre os orçamentos das famílias da Capital, com base na comparação de preços de 319 itens. Os dados para o mês foram coletados entre os dias 1º e 30 de junho de 2018.

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