Florianópolis voltou a registrar, em junho, o segundo maior índice de inflação entre 17 capitais brasileiras, segundo informações do Índice de Custo de Vida (ICV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
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Em maio, a capital catarinense havia caído para terceira posição, mas voltou a subir. Entre julho de 2023 e junho de 2024, a inflação em Florianópolis ficou em 5,14%, atrás apenas de Belo Horizonte (MG), com 5,22% de aumento dos preços em 12 meses.
Considerando apenas a variação dos preços este ano, Florianópolis também subiu, da quinta para a quarta posição (inflação de 2,96%), ultrapassando Recife (2,62%). Neste ano, continua atrás de São Luís (4,20%), Aracaju (3,84%) e Belo Horizonte (3,63%).
Índice de Custo de Vida
A inflação em Florianópolis, calculada pelo ICV, é medida mensalmente pelo Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) da Udesc, com apoio da Fundação Esag (Fesag).
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Nas demais cidades, os preços são aferidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para compor o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Como o ICV e o IPCA são calculados basicamente com a mesma metodologia, os dados são comparáveis.
Inflação acumulada em 12 meses nas capitais brasileiras
- Belo Horizonte (MG) – 5,22%
- Florianópolis (SC) – 5,14%
- Brasília (DF) – 5,05%
- São Luís (MA) – 5,02%
- Belém (PA) – 4,81%
- Fortaleza (CE) – 4,69%
- Aracaju (SE) – 4,54%
- Rio Branco (AC) – 4,28%
- Goiânia (GO) – 4,21%
- São Paulo (SP) – 4,17%
- Campo Grande (MS) – 4,16%
- Grande Vitória (ES) – 4,11%
- Rio de Janeiro (RJ) – 4,03%
- Salvador (BA) – 3,91%
- Porto Alegre (RS) – 3,71%
- Curitiba (PR) – 3,61%
- Recife (PE) – 3,27%
No Brasil, a inflação no período ficou em 4,23%.
Comparação
A alta de preços em Florianópolis está 0,91 ponto percentual acima do IPCA nacional (4,23% em 12 meses). A inflação anual na capital catarinense foi maior, por exemplo, que de grandes cidades como São Paulo (4,17%) e Rio de Janeiro (4,03%). Já Brasília subiu várias posições e tem agora a terceira maior inflação (5,05%), logo atrás de Florianópolis.
O índice local também é um contraste com o das outras duas capitais da Região Sul, que ficaram em outro extremo da lista: Porto Alegre (RS), teve a terceira menor inflação (3,71%) e Curitiba (PR), a segunda menor (3,61%). A inflação anual mais baixa é a de Recife (PE), com 3,27%.
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O que puxa a inflação
Em Florianópolis, o que puxou a inflação local para cima foram, principalmente, os preços ligados a habitação, que subiram 7,91% em 12 meses. Neste caso, os maiores pesos vêm do aumento do aluguel residencial (7,77%) e tarifas públicas, como as contas de energia elétrica (3,61%) e de água e esgoto (16,09%).
Em seguida vêm os transportes (7,12%), alimentação (5,89%), despesas pessoais (5,68%) e educação (5,47%). Somados à habitação, esses grupos juntos são responsáveis em média, todos os meses, por mais de 70% dos gastos das famílias, segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE.
Os demais grupos pesquisados tiveram aumentos nos últimos 12 meses que ficaram abaixo do índice geral. É o caso de saúde e cuidados pessoais (3,25%), artigos de residência (1,42%) e serviços de comunicação (1,24%). Já os artigos de vestuário ficaram mais baratos nos últimos 12 meses (-3,66%).
Cesta básica de Florianópolis é a segunda maior do Brasil
De acordo com o levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a cesta básica em Florianópolis é a segunda mais cara entre as capitais brasileiras (R$ 816,06), atrás apenas de São Paulo (R$ 832,69).
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De maio para junho, o valor dos alimentos na capital catarinense subiu 1,88%, o maior aumento entre as cidades incluídas no levantamento. Segundo o Dieese, os custos com alimentação consomem 62,48% do salário mínimo líquido, e um trabalhador precisa dedicar 127 horas e 9 minutos das horas trabalhadas para comprar comida.
O Dieese estima mensalmente o salário mínimo necessário para alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, com base na cesta mais cara do mês (a de São Paulo, no caso de junho). Com base nisso, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.995,44, ou seja, 4,95 vezes o mínimo atual de R$ 1.412.
- São Paulo – R$ 832,69
- Florianópolis – R$ 816,06
- Rio de Janeiro – R$ 814,38
- Porto Alegre – R$ 804,86
- Curitiba – R$ 754,91
- Campo Grande – R$ 748,89
- Brasília – R$ 738,93
- Vitória – R$ 718,43
- Goiânia – R$ 711,43
- Belo Horizonte – R$ 701,55
- Fortaleza – R$ 697,33
- Belém – R$ 695,58
- Salvador – R$ 613,22
- Natal – R$ 599,29
- João Pessoa – R$ 597,32
- Recife – R$ 582,90
- Aracaju – R$ 561,96
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