A inflação desacelerou e fechou o mês de maio em 0,13%, informou nesta sexta-feira (7) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor resultado para o mês desde 2006.

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O número é inferior aos 0,57% verificados em abril, cuja variação foi a maior desde 2016. Março também ficou no maior patamar para o mês desde 2015.

Nos cinco primeiros meses do ano, a inflação acumulada no país soma 2,2%.

Em maio, o índice foi influenciado pela deflação de 0,56% no preço de alimentos e bebidas. O resultado se deveu principalmente à queda da alimentação em domicílio.

Uma das maiores variações negativas foi no preço do tomate, que chegou a 15% após uma alta de 28,6% em abril, e o feijão-carioca, cujo preço caiu 13%.

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— No mês de maio tivemos uma melhora climática. No caso do feijão e do tomate, tivemos o período de segunda safra, que intensificou a colheita — detalhou o analista do IBGE Pedro Kislanov da Costa.

A maior contribuição positiva para o índice foi a de habitação, com alta de 0,98%. Também contribuíram para o aumento os itens de saúde e cuidados pessoais. Na habitação, a alta foi influenciada pelo aumento do gasto com energia elétrica. De dezembro a abril, estava em vigor a bandeira tarifária verde, quando não há cobrança adicional na conta de luz. A partir de maio, passou a vigorar a bandeira amarela, o que impactou os preços.

No setor de serviços, um destaque foi a diminuição dos preços das passagens aéreas, que chega a 21,8%

— É comum haver queda no mês de maio, isso ocorreu em todos os meses dos últimos anos. Mas no acumulado de 12 meses ainda vemos uma alta de mais de 23% nas passagens — destacou Costa.

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Nos combustíveis, a gasolina teve alta de 2,6%, com variações positivas em todas as regiões do país. Já o etanol caiu 0,44%. O diesel aumentou 2,16%.

— A gente nota que nos últimos três meses tivemos uma alta acima de 2% na gasolina. Isso está atrelado ao reajuste da Petrobras nas refinarias, que impacta no preço ao consumidor — disse Costa.

O número ficou abaixo da previsão do mercado. De acordo com o último relatório Focus, do Banco Central, a expectativa era de que o índice ficasse em 0,26%. Para o ano, a previsão é de 4,04%, uma baixa em relação às semanas anteriores, quando o mercado estimava um índice de 4,06%.

Em 12 meses, o índice chega a 4,66%, dentro da meta estabelecida pelo governo, de 4,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

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O acumulado ainda é pressionado pela alta de junho do ano passado, quando a paralisação dos caminhoneiros ocorrida em maio causou uma alta de 1,26% nos preços.

O primeiro quadrimestre ainda foi marcado por uma alta no preço dos alimentos, causada pelas variações nas safras de frutas, verduras e tubérculos. Em abril, a alta dos itens relacionados à alimentação, que subiram 0,63%.

INPC fica em 0,15%

O INPC, que mede a inflação das famílias com rendimentos entre 1 e 5 salários fechou o mês de maio em 0,15%.

O número ficou 0,45 ponto percentual abaixo de abril (0,60%). A variação acumulada no ano ficou em 2,44% e o acumulado em 12 meses, 4,78%.

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Rio Branco foi o município com maior variação, desviado ao aumento da energia elétrica. O menor índice foi o de Curitiba, com deflação de 0,01%, influenciado pela queda no preço do tomate e das frutas.

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