Materiais, equipamentos e mão de obra no setor de construção civil têm registrado queda de preços nos últimos meses, o que fez o valor do metro quadrado desacelerar em Santa Catarina. Em outubro, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE, foi de 0,39% no Estado. Economistas e empresários do setor dizem que os valores devem se estabilizar após um longo período de alta.
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De acordo com o Sinapi, o custo do metro quadrado em Santa Catarina foi de R$ 1.888,26 em outubro deste ano. Apesar de ainda registrar aumento no preço, a variação percentual foi menos expressiva do que nos meses anteriores. Nos últimos 12 meses o aumento foi de 11,3%.
A desaceleração de preços também é indicada pelo CUB/m², índice calculado pelo Sindicato de Construção Civil (Sinduscon). Em outubro de 2022, a variação do metro quadrado foi de 0,3%, contra 0,7% em setembro e 1,1% em agosto.
O desabastecimento da indústria no pós-pandemia e a guerra na Ucrânia, que havia elevado bastante o preço das commodities no início do ano, afetaram diretamente os custos da construção civil.
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Para o economista Alison Fiuza, à medida que os valores no mercado internacional começaram a se estabilizar, também foi possível verificar uma desaceleração nos custos no Brasil. Outro fator que contribuiu foi a diminuição da demanda no mercado interno.
— A redução da demanda é motivada principalmente pelo aumento dos juros e pela redução dos efeitos da pandemia no comportamento das pessoas. Vale lembrar que em virtude do isolamento, houve aumento da procura por imóveis e por reformas, isso fez com que os preços também aumentassem — destaca o economista.
Os dados de vendas no comércio de materiais de construção mostram crescimento em 2020 e 2021, na ordem de 13,2% e 7,2%, respectivamente. Já em 2022, o acumulado de 12 meses com base em setembro mostra redução de 5,6%.
De acordo com o presidente do Sinduscon da Grande Florianópolis, Marco Alberton, há uma tendência de estabilidade e até queda nos preços da cadeia de construção.
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— Está havendo uma acomodação de valores no que se refere a serviços e materiais. Vários materiais tiveram inclusive deflação. É o que se espera para esse período agora. Pode até baixar um pouco em razão de ajuste de mercado e de aumentos anteriores que foram muito fortes — destaca o presidente do Sinduscon.
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