O perfil do movimento dos caminhoneiros mudou, com a presença de grupos infiltrados que elevaram o nível de tensão. A avaliação é do comandante geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Araújo Gomes, com base no serviço de inteligência das forças de segurança do Estado.

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– Os próprios caminhoneiros que estavam lá no início, que são pessoas do bem, que tinham uma boa causa a defender, estão ficando refém desse processo perverso – afirmou Araújo Gomes à CBN Diário.

Essa percepção pautou a mudança de estratégia, simbolizada pela desmobilização, com uso de gás lacrimogêneo e presença da cavalaria, do bloqueio na SC-407, em Biguaçu, na noite de terça e madrugada de quarta-feira.

– Temos um grupo que negocia com algumas lideranças do movimento espalhadas pelo Estado. Essas negociações prosseguem e alcançam bons resultados, mas percebemos que talvez elementos infiltrados, talvez a mudança de ânimo de alguns lugares, tem provocado endurecimento das regras, mudança dos acordos, e um recurso ao uso da força, tanto com a polícia, quanto contra os próprios caminhoneiros, mantendo-os sob coação.

O comandante garante que o diálogo está mantido, mas com uma ação mais firme para cumprir ordens judiciais, garantir serviços à população e permitir a retomada da economia.

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– Em Biguaçu, ficou muito evidente que até o meio da tarde, quando as negociações fluíam bem, era um grupo com quem conversávamos. Quando saiu a notícia de que, com base em ordem judicial, garantiríamos o abastecimento ininterrupto de combustível, a tropa no local percebeu que o grupo mudou, e houve confrontos, o que não tinha acontecido ainda.