Uma infestação de borrachudos tem preocupado uma comunidade de Gaspar, no Médio Vale do Itajaí. Os moradores chegaram a gravar vídeos mostrando a quantidade do inseto dentro de uma única residência. O problema, segundo eles, é recorrente e traz transtornos a crianças e adultos com a picada do bicho, que pode provocar alergias e até transmitir doenças como a oncocercose.

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Eduardo Puhlmann conta que há três anos comprou uma casa no Loteamento São Francisco, no bairro Bela Vista, onde vivem cerca de 200 famílias. Na época da reforma do imóvel, antes mesmo de se mudar, os pedreiros já reclamavam da situação. Quando foi morar lá, passou a sentir na pele o incômodo gerado pelo excesso de borrachudos.

Em uma gravação ele toca em objetos guardados na garagem e mostra a quantidade de mosquitos que aparece (vídeo abaixo). Segundo Eduardo, o problema só deu trégua uma vez, quando a prefeitura interviu. Ele acredita que o problema é resultado de um córrego perto do loteamento, onde o esgoto corre a céu aberto.

A origem do problema

O morador está certo. Segundo o extensionista da Epagri, Filipe Espíndola, a poluição dos cursos d’água e falta de mata ciliar contribuem com a proliferação do borrachudo. Por isso a recomendação é ter rede de esgoto ou fossa séptica, preservar a vegetação às margens de rios e ribeirões e evitar jogar lixos.

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Conforme a Embrapa, a fêmea põe os ovos se fixando em qualquer coisa que esteja dentro da água, como pedras, capim, madeira, plástico ou latas. Dos ovos nascem, em quatro dias, os filhotes dos do borrachudo, que são as larvas. Até os 21 dias de vida elas se alimentam de restos orgânicos dissolvidos na água, como esterco, fezes humanas e restos de cozinha.

Se o local está bem preservado, a proliferação é menor e os animais, como peixes, sapos e libélulas se alimentam dos borrachudos e acabam fazendo o controle natural do inseto. Quando isso não ocorre, é preciso que as pessoas tomem atitude. Além de cuidar com esgoto e lixo, por vezes é preciso usar larvicida.

A prefeitura de Gaspar afirma que há algumas semanas fez aplicação do produto no loteamento onde mora Eduardo e deve voltar ao local ainda até sexta-feira (24) para acompanhar a situação. O uso do larvicida é uma alternativa, aponta o extensionistas da Epagri, mas ressalta que não pode ser uma ação isolada. Isso porque o mosquito voa até 11 quilômetros, exigindo um trabalho com abrangência maior.

Como controlar o borrachudo

  • Não lance, em riachos e rios, esterco, fezes humanas e água usada de cozinha.
  • Mantenha riachos e rios livres de qualquer lixo. Retire, ou peça a algum adulto que retire deles, galhos, troncos e outros entulhos que tenham caído na água.
  • Proteja as matas das margens de riachos e de rios; pois elas abrigam pássaros e insetos que se alimentam dos borrachudos. Refloreste onde já foi desmatado.
  • Faça compostagem: enterre ou queime carcaças de animais e restos de parição.
  • Preserve os inimigos naturais dos borrachudos, como, por exemplo, os peixes, os sapos e as libélulas.

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Proteja-se contra o borrachudo

  • Prefira as roupas de algodão fino e de mangas compridas.
  • Use telas de proteção em portas e janelas da casa.
  • Use repelentes, ou cremes perfumados, nas partes descobertas do corpo, como as mãos, as pernas e os pés.

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